quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Grécia: o melhor não será a bancarrota?

É oficial: nos hospitais de Atenas já começam a faltar aspirinas. Se isso se passa na capital, o que se passará com o resto do país?
A taxa de suicídio tem aumentado consideravelmente, mas as estatísticas estão subavaliadas. Sendo um país muito religioso, a Igreja Ortodoxa não celebra funerais no caso de suicídios, pelo que muitas mortes são feitas de forma a parecerem acidentes. Isto está a tornar-se comum entre empresários que, mesmo sem historial de doenças mentais se imolam na praça pública, como o demonstra a imagem que abertura desta mensagem...(o empresário nesta foto chama-se Apostolos Polyzonis). O desespero está a levar as pessoas a cometerem os actos mais irracionais e mais desumanos, quer sobre eles quer sobre os outros.
Todos os dias chegam às urgências pessoas até da classe média, que têm que ser internadas por subnutrição. E começam a ser comuns os casos de abandono de crianças em instituições pois os pais não têm dinheiro para os sustentar.

Mais um caso de internamento no hospital na Grécia, por subnutrição. 
Esta fotografia não parece ter sido tirada num país desenvolvido. 
A qualquer pessoa faz lembrar as catástrofes naturais ou as guerras num país subdesenvolvido.

Qualquer pessoa que ler isto associa a um país subdesenvolvido onde tenha rebentado recentemente alguma revolução, guerra ou alguma catástrofe natural. Mas a verdade é que isto se passa num dos países que faz parte dos grupo de países desenvolvidos, é membro da OCDE, na União Europeia e faz parte da Zona-Euro.
E todas estas notícias chocantes reflectem o que se passam com a economia. A recessão continua, com o PIB a contrair pelo 4º ano consecutivo. E a dívida total do país continua em níveis vertiginosos, estando actualmente em 160% do produto. Isto pode parecer muito mas, mesmo comparado com outros vizinhos da União Europeia não é.
O grande problema da Grécia é mesmo a dívida pública. Em meados do ano passado, os mais elevados valores de dívida total (que engloba a dívida do governo, das entidades financeiras, das empresas e das famílias), de acordo com o relatório "Debt and deleveraging" feito pelo McKinsey Global Institute (MGI), entre os países da União Europeia eram:
1º- Irlanda: 663% do PIB;
2º- Reino Unido: 507% do PIB;
3º- Espanha: 363% do PIB;
4º- Portugal: 356% do PIB;
5º- França: 346% do PIB;
6º- Itália: 314% do PIB;
7º- Alemanha: 278% do PIB;
8º- Grécia: 267% do PIB;

Se dividirmos este total por cada uma das entidades que compõe a dívida total, constatamos que apenas na dívida pública a Grécia é o país que apresenta piores resultados, chegando a ser a melhor no endividamento das instituições financeiras.

Estes valores estão disponíveis para o público e são do conhecimento de todos os governos. E aqui faço referência especial à Alemanha e à França que, parece que se esquecem destes valores e continuam a agir como se a "União Europeia" fosse um "Império económico Franco-Alemão".

As manifestações parecem ser já uma imagem de fundo na Grécia.

Quanto à aplicação e cumprimento do plano de austeridade resultante do acordo estabelecido com a troika, o governo continua a não conseguir apresentar resultados satisfatórios e continua sem conseguir chegar a um acordo com os privados sobre o perdão de parte da dívida.
Enquanto não houver acordo entre todos os partidos políticos, o país não recebe um novo pacote de 130 milhões de euros.
As previsões apontam para que o país entre em bancarrota já em Março. Para qualquer país da zona euro (e da União Europeia), isso seria o pior cenário. No entanto, perante este cenário de calamidade em que as pessoas morrem literalmente à fome e se imolam na via pública, para os próprios gregos, mais do que inevitável, será a melhor solução. Obviamente que não vão ficar melhor do que estão agora, mas pelo menos acaba a pressão. E como o povo diz "muitas vezes o melhor é começar do zero".
O mais chocante em tudo isto, é a passividade que os parentes mais ricos da zona euro se comportam perante esta calamidade social. Deixando de lado a questão puramente económica e financeira, o país está a precisar de ajuda humanitária para as situações de fome e pobreza extrema que estão a surgir todos os dias. Enquanto a Grécia (e os outros países na mesma situação como Portugal ou Espanha) interessava à Alemanha para esta fazer os seus investimentos, tudo era um 'mar de rosas'. A partir do momento em que o país deixou de ser atractivo, assistimos ao seu lento afundamento.
Quanto aos comentários que a Chanceler Alemã Angela Merkel fez recentemente na Conferência de Davos de que todos os países europeus deviam seguir o bom exemplo alemão, obviamente que isso nem é digno de ninguém o comentar. Apenas digo, que a Chanceler devia olhar pelo que traz por casa antes de sair com essas frases.

Um bom retrato da culpa que a União Europeia tem no meio disto tudo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

'Dividocracia'... agora trocada por miúdos



Para quem se queixou de que o outro vídeo era muito extenso e demasiado 'intelectual' aqui está outro que explica a crise grega de uma maneira mais resumida e não digo mais divertida, mas pelo menos mais animada.
Se bem que algumas coisas que se apresentam no vídeo podem ser questionáveis... a ideia fundamental está lá.

Não posso simplificar mais do que isto: a não ser que queiram que eu vos faça uma representação teatral...

sábado, 21 de janeiro de 2012

Olá Alemanha, Bem-vinda ao clube dos penalizados

"Olá Alemanha, bem-vinda ao clube dos penalizados. Espero que aprecie a companhia: acredite que não é assim tão mau estar entre nós. Pelo que ouço dizer, pode ser que não escape a mais um 'cortezito'!!!!!".
Eis uma óptima maneira de cumprimentar a Alemanha, depois do que lhe aconteceu na passada 4º-feira dia 18: este gigante económico, sobre o qual todos os defensores do projecto europeu depositavam as suas esperanças, viu o seu rating da dívida descer de 'AA' para 'AA-'.
Desta vez não foi a Standard & Poor's (que bem precisa de uns diazinhos de descanso), nem qualquer das outras agências mais conhecidas.
Este feito tão... inesperado, é obra da mesma agência que no verão passado tomou a iniciativa de fazer o que há quase 100 anos não acontecia: descer o rating da dívida dos EUA, deixando de ficar na cotação mais alta. Estou a falar da "Egan-Jones".
É uma agência de facto pouco conhecida e, ao contrário da S&P, da Moddy's ou da Fitch, não é financiada pelas empresas ou entidades a quem ela atribui um rating, mas tem antes financiadores institucionais.
Apesar da pouca fama entre nós, a verdade é que esta agência não tem feito por isso, visto que ao longo da sua história tem feito vários cortes polémicos mas certeiros, pois acaba por antever aquilo que se acabaria por passar com essas entidades a quem desceu o rating. Para além da dívida dos Estados Unidos, podemos juntar o alerta que fez sobre o perigo de insolvência da Lehman Brothers e a crise da 'Dot.com' ocorrida há sensivelmente 10 anos.

Claro que tal descida não foi inconsciente. O argumento utilizado foi o facto de, sendo a Alemanha actualmente o único grande pilar da União Europeia, os seus contribuintes serão os que mais suportarão (ou seja, serão chamados a contribuir com mais para o Fundo Europeu de Estabilização Europeu, o Mecanismo de Estabilização Europeu, o Banco Central Europeu e, indirectamente, o Fundo Monetário Internacional) os custos da actual crise da dívida que alastra pela Europa. De facto, a possível necessidade de apoio à Itália ou à Espanha, está longe de ter os mesmos custos que a ajuda prestada à Grécia ou a Portugal. No 1º caso estamos a falar de economias de maior dimensão, e a Itália mais concretamente, é um dos países fundadores da Comunidade europeia, e a 3ª economia da zona euro.

A mim não me preocupa nada que os contribuintes alemães tenham que suportar mais encargos pelas crises dos outros. Ou melhor: até me importo com os contribuintes comuns que não têm culpa alguma dos enredos que se passam com a sua classe política. Mas se é verdade que tudo o que acontece de bom na União Europeia tem muitas vezes a "mão" da Alemanha por trás, o mesmo se passa com as coisas más. Não digo que a Alemanha seja a principal responsável pelo início da crise na Grécia (que alastrou a outros países pelo célebre "efeito contágio"), mas certamente que a Alemanha teve muito mais culpa do que a Grécia, pelo Estado a que o país chegou. E a juntar a Alemanha está a França.
A ideia que estes países transmitem é a de que, um dia fomos todos dormir e estava tudo bem com a Grécia, e na manhã seguinte ela já estava naquele pandemónio que nós vimos nos meios de comunicação social. Nenhum país por mais mal governado que seja, seja àquele extremo assim do nada.
A Alemanha (e a França) continua a dar a ideia de que ficou sinceramente surpreendida com o que se está a passar nos países cuja dívida está numa fase preocupante.
No caso da Grécia, acredito que ela nunca devia ter aderido ao Euro, pois sempre teve problemas estruturais muito graves. Tanto a Grécia como Portugal e outros países periféricos aderiram ao Euro, impelidos pela Alemanha.
Se a Alemanha teve grande responsabilidade no começar desta crise porque não quis ler os sinais a tempo, porque não há-de ser ela agora a pagar mais por isso?


E a verdade é que a Alemanha, por maior e mais rica que seja, não terá capacidade para suportar a ajuda a tantos países europeus.
Além disso, a situação da dívida pública alemã está longe da saúde que tinha noutros tempos: actualmente já representa mais de 90% do PIB e prevê-se que em 2013 ultrapasse os 100%. Também o crescimento voltou a ser revisto em baixa, e a actual previsão para este ano é que a economia alemã apenas vai crescer 0.7%.

Mas também convenhamos: o objectivo da União Europeia e de muitas das suas ajudas não é harmonizar vários indicadores entre os estados-membros? Pois bem, parece que também no rating da dívida, todos os países estão a convergir para classificações muito baixas.
Será que ainda vamos ver aqui as outras peças deste jogo de dominó?

Quanto a Portugal, bem como em relação à Grécia e à Irlanda, isto não são boas notícias: os nossos empréstimos vão nos sair mais caros.

E agora? Agora esperamos para ver como vão reagir as outras agências de rating (nomeadamente as três mais conhecidas) a este corte da dívida alemã, e esperamos para ver se os líderes europeus vão manter as suas posições sobre a concertação a nível europeu em áreas como a dívida pública, os défices e as finanças públicas em geral.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Hungria: vem aí bom tempo?

"A decisão que tomámos reflecte a nossa determinação em garantir que a lei europeia, tanto em letra como em espírito, é completamente respeitada."
Estas foram as palavras de Durão Barroso para justificar a atitude que Bruxelas assumiu como resposta às alterações que o governo húngaro aprovou recentemente sobre a sua constituição.



Parece que mais do que nunca, a economia internacional é um assunto que se desactualiza quase de segundo a segundo.

Após aquela 'tempestade' que a Hungria tem vindo a atravessar desde que entrou em vigor a nova Constituição (mais do que uma Constituição revista é mesmo uma nova Constituição), parece que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, resolveu ouvir os conselhos/recomendações/sanções ou seja lá o que for da parte da União Europeia, através da voz do presidente da Comissão, o português José Manuel Durão Barroso.
17 dias após a aprovação da Constituição, Bruxelas fez-se ouvir em força contra aquilo que, nas palavras de Durão Barroso, são várias leis que vão contra as normas comunitárias.
E a União Europeia vai mais longe, ao dar um mês para serem alteradas as tais leis contrárias ao direito europeu. Caso contrário, a Comissão está pronta para tomar as medidas legais necessárias para assegurar a compatibilidade entre os dois conjuntos de normas, podendo levar o governo húngaro ao Tribunal da União Europeia (ou Tribunal de Justiça na União Europeia) no Luxemburgo. As penalizações incluem também sanções económicas e suspensão de envio de fundos comunitários (o que deve ter um efeito no mínimo, desastroso, sobre a já débil economia húngara).
O principal problema apontado por Bruxelas é a perda de independência do Banco Central em que, a exemplo de muitos outros organismos na Hungria, vais estar infestado com membros ou do partido Fidezs, ou nomeados pelo Governo. No caso do Banco Central, serão os vice-governadores a serem nomeados pelo Governo. Outros pontos críticos que são apontados como violadores do Estado de Direito e que não reflectem um Estado Democrático, são o estatuto do organismo oficial de protecção de dados e a ligação entre o Executivo e o poder judicial que fica com mais problemas com a nova Constituição.
No entanto, por mais que isso interesse e preocupe o povo húngaro, os aspectos que são realmente sensíveis para a população, como os limites aos direitos dos cidadãos e a nova lei eleitoral (que reduz o número de deputados de 386 para 199 e que altera os círculos eleitorais favorecendo o Fidezs), não parecem ser da maior importância para a União Europeia. Não está aqui em causa a necessidade de independência das instituições húngaras como o seu Banco Central mas, para o cidadão comum que muitas vezes nem percebe a necessidade de independência do Banco Central (e atrevo-me a dizer que nem sabe para que ele serve...), acaba por perder o apoio (pelo menos para já) da União Europeia naquilo que o irá afectar certamente mais no seu dia-a-dia.

A própria liberdade de imprensa parece já ter sido abalada pelo recente encerramento da emissora de rádio conhecida pela grande oposição que fazia contra o partido do governo. A vice-presidente da Comissão Europeia,Neelie Kroes já se mostrou preocupada com este problema que viola os direitos fundamentais, quer europeus, quer universais. Apesar do Secretário de Estado Húngaro responsável pela comunicação do Governo Zoltan Kovacs ter procurado acalmar os ânimos ao afirmar que esta nova lei se adapta às circunstâncias locais mas que se pode alterar dentro dos trâmites legais. Mas a verdade é que o governo deixou de conceder licença a essa emissora de rádio que se opõem ao partido do Governo, mas concedeu-a a outra emissora.

 Viktor Orbán cedeu afirmou no Parlamento estar aberto ao diálogo para futura alteração de leis

No lado do Governo Húngaro, este comprometeu-se a responder aos apelos feitos pela União Europeia e encontrarem juntos soluções para os problemas apontados, o mais rapidamente possível. A mim parece-me que o Governo Húngaro já não tem muito por onde escolher: a sua moeda, o forint, desvalorizou-se em cerca de 11,74% em relação ao euro nos últimos seis meses, e a semana passada o país sujeitou-se a uma insustentável taxa de 9% no leilão de dívida que efectuou. Face a isto, o governo tenta assegurar um pacote de 15 a 20 mil milhões de euros provenientes da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, que permitam ao governo refinanciar a sua dívida de 4,6 mil milhões de euros, que é unanimemente classificada pelas três agências de rating como 'lixo'. Mas parece que nas actuais condições, nenhuma das instituições está disposta a doar qualquer montante. Isto já tem levantado vozes que alertam que a Hungria está a aproximar-se perigosamente de uma situação semelhante à da Grécia, o que certamente não agrada a ninguém.

E os problemas internos agitaram a ala esquerda do parlamento que, mesmo não constituindo uma alternativa forte ao Fidezs, associaram Orbán a Chávez e Fidel Castro (palavras de Cohn-Bendit, líder da ala esquerda) e afirmaram que o país com estas condições em 2004, nunca entraria na União Europeia (palavras da ala socialista).

O artigo 6º do Tratado de Lisboa pode ser já aplicado no próximo Conselho Europeu, levando a Hungria a perder o seu direito de voto nos assuntos comunitários.

E convém já referir que não estou aqui a ridicularizar as medidas tomadas por um governo que, apesar de tudo tem conseguido fazer da Hungria o que é hoje. A passagem de uma economia de Direcção Central para uma Economia de Mercado, é ainda muito recente, e certamente só quem passou por isso deve imaginar o caos que se instalou aquando da mudança de paradigma económico.
E não esqueçamos que muitos dos problemas económicos que tem enfrentado, são comuns a outros países, e estão para além do raio de acção do governo de Budapeste. E além disso, erros todos nós cometemos.
Existem centenas de processos mais ou menos semelhantes a este contra estados-membros da União Europeia, movidos por ela mesma. No entanto, desde 2004 (o ano da adesão da Hungria) apenas quatro chegaram a tribunal. Os restantes conseguiram ser resolvidos através de um diálogo e da cooperação.
A prova disso foi o que Viktor Orbán disse ontem perante os Eurodeputados de Estrasburgo, ao ceder às ameaças de sanções feitas pela União Europeia, de que vai modificar as leis polémicas incluídas na nova Constituição.

Os próximos dias certamente serão conturbados para também decisivos para o futuro da Hungria.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

With Love From 'S&P'


The Euro Area has recently been swept by a hurricane called Standard & Poor's, and almost nobody spare, even France to the point of the main opponent of Nicolas Sarkozy, François Hollande, have stated that the fact that France has lost the maximum rating 'AAA' will weaken France's position in Europe. And it's the first time since there are rating agencies that France is no longer in the same place of Germany, which remains with the triple 'A', together with three heroic resistance: The Netherlands, Luxembourg and Finland.
Together with France, also Austria (whose capital, Viena, is now the city in the world with more quality of life) saw its rating cut from 'AAA' to 'AA+'.

And if the French people are concerned about the difficulties that France will now face when they negotiate with Brussels, what about the countries that saw their ratings go down right two levels? Namely: Portugal, Cyprus, Spain and Italy. The devastating consequences of this cut on the debts of many members of the European Union become right feel with the penalty of the EFSF. Now the EFSF is one of those involved in foreign aid that Greece, Ireland and Portugal requested. With the decline in its rating (from 'AAA' to 'AA+') certainly all come out more expensive loans to countries that have requested.
In addition, S&P could not have chosen "best time" to show that walks around which bird of prey in search of a poor bird that is already weak to follow the other, and thereby further weak will get and even harder will have to follow the flock.

It is that according to Bloomberg data, until March this year 17 members of the EU intend to carry out a total of 117 auctions of debt in order to find funding to pay a total of 441,7 billions to its financiers of the 1,398,000 million of responsibilities that the eurogroup will face this year).

The funny thing is that despite the success of debt auctions on Spain and Italy last weak and the slight optimism that the director of the ECB has given in the last meeting of the monetary authority, nothing seemed to matter at the time of this agency (which is not even European, as none of them are) cut the rating to nine European countries, and leaving 16 with 'negative outlook' (ie under observation with a possible lowering of it's rating).

Countries that saw its rating down on last Friday 6th January 13.

For speculators is how things work: however good (or reanonably good) news that may arise, they cling to bad news as a lifeline for what seems now that they love to do.
But what is more funny is the lightness with which theses cuts are often made when we talking about states. We are talking about sovereign nations, entities that have more credibility and should not be treated only by cold numbers.

But what is even more funnier, is the incredible subjugation that practically all countries of the world (those subject to the assessment of any of the three agencies) seems to have on the decisions of these entities. I believe in the competence and credibility of any of the agencies, and the qualifications of who makes these decisions, but again I refer: we are talking of sovereign states, and not mere gatherings of people.

This whole process is just speculation, that the rating agencies seem to play 'the dog and cat game' with the States, but often dropping the idea of leaving everything open for a rise soon.
The speculation was one of the problems that led to Japan would not become a major economic power this century, leading to the end of the Japanese miracle, and it seems to be doing the same to Europe.
Countries that remain with a maximum rating of 'AAA'.

It remains to States to decide which position will they assume and what they leave the rating agencies assume in all of this.


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Hungria: a 'tempestade' que vem do leste




A Hungria deixou de ser República. Isso quer dizer que passou a ser uma Monarquia? Não. Deixou apenas de ter a designação oficial de 'República da Hungria', para ser apenas 'Hungria' (se fosse com a República Checa era mais chato...).

No entanto, esta parece apenas uma das múltiplas alterações que foram feitas o ano passado à Constituição Húngara e que entraram este ano em vigor, com aprovação do Fidezs, o partido que está no poder e que apesar da recente queda da popularidade ainda se mantém como o maior partido nas intenções de voto, e apenas a oposição do Jobbik, partido de extrema-direita. Quanto aos socialistas de esquerda, estes abstiveram-se. Aliás, é o que têm feito ultimamente, visto que não conseguem formar uma alternativa viável contra o Jidezs.

Mas não é a mudança do nome oficial que preocupa a União Europeia, o FMI e o BCE. As queixas de qualquer destes organismos assentam na perda de independência do Banco Central Húngaro, o cerco legal feito à autoridade nacional de protecção de dados e a reforma compulsiva de uma série de juízes.

E há outras alterações que apesar de não deixar nenhum dos organismos atrás supramencionados preocupados, a mim deixa-me muito preocupado. E a quem ambicione uma nação democrática, justa e igualitária, também deve preocupar. Falo das referências explícitas a Deus, ao Cristianismo e a supostos 'valores familiares' no preâmbulo, a vida dos fetos é protegida desde a concepção (aqui talvez a situação possa ser mais discutível) e o casamento fica definido como sendo apenas "entre homem e mulher" (o secretário de Estado para os Recursos Humanos, Gábor Szetey, é assumidamente gay), o presidente pode dissolver o parlamento quando não há acordo para o Orçamento e a aprovação de leis que digam respeito aos impostos e pensões ficam dependentes de maiorias qualificadas. E é melhor ficar por aqui, porque todo o blog não seria suficiente para transcrever todas as alterações feitas à Constituição.
A nível institucional o Governo tem povoado a Administração Pública e os organismos independentes com pessoas do partido pessoas da sua confiança.

Nos últimos anos, a Hungria foi dos países que mais se desenvolveu de entre o grupo de antigos países comunistas.


(A população Húngara fez sentir a sua voz saindo à rua logo no início do ano)

No entanto, anos de má gestão orçamental, fizeram disparar os juros da dívida pública, ao ponto do primeiro-ministro Húngaro Viktor Orbán (que nas manifestações no início do ano foi chamando de 'Viktador') ter pedido ajuda financeira ao FMI em finais do ano passado. Algo difícil de engolir para o actual governo.
No entanto, sem esta ajuda externa dificilmente se poderá financiar o défice de 3,4% do PIB que se prevê para este ano, visto que o governo já não pode recorrer ao fundo de pensões.
A braços com uma recessão, as perspectivas de melhoria são ainda menores, ainda por cima se tivermos em conta que cerca de 10% da população activa está sem emprego.

Por enquanto a UE limita-se a ameaçar aplicar sanções legais. Mesmo que apoie um alteração das leis, toda a estrutura do Estado já está infestada com membros do partido Fidezs.

Hungary GDP Growth (Constant Prices, National Currency) Statistics
Crescimento anual do PIB da Hungria (Preços constantes), com previsão até 2016.
Fonte: Economy Watch - Follow the Money -

Aqui está um sinal para os lembrarmos que a União Europeia vai para além da Área do Euro, e que os problemas para a União podem vir de qualquer lado.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"WITH LOVE FROM S&P"

"WITH LOVE FROM S&P"
(Com amor da S&P)

A Área Euro foi recentemente varrida por um furacão chamado Standard & Poor's que não poupou quase ninguém nem sequer a França, ao ponto do principal opositor de Nicolas Sarkozy, o candidato do partido socialista às eleições que vão decorrer daqui a 100 dias, François Hollande ter afirmado que o facto da França ter perdido a notação máxima de 'AAA' vai enfraquecer a posição da França na Europa. E é a primeira vez desde que existem agências de rating que a França deixa de estar no mesmo lugar da Alemanha, que permanece com o triplo A, juntamente com mais três heróicos resistentes: A Holanda, o Luxemburgo e a Finlândia. Juntamente com a França, também a Áustria (cuja capital, Viena de Áustria, é actualmente a cidade do mundo com mais qualidade de vida) viu a sua notação cortada de 'AAA' para 'AA+'.

E se os franceses andam preocupados com as dificuldades que a França vai passar a enfrentar sempre que negociar com Bruxelas, o que dizer de Portugal que viu descer a sua notação 2 níveis logo de uma vez (também o Chipre, Espanha e Itália desceram dois níveis, permanecendo todos acima de Portugal) passando de 'BBB-' para 'BB'?

As consequências são óbvias e imediatas. Isto porque este corte arrasador sobre as dívidas de muitos dos países membros da União Europeia poderá penalizar o FEEF, se os "quatro resistentes" com notação 'AAA' não aumentarem a sua participação no fundo (sobretudo a Alemanha, de quem mais uma vez parece que tudo depende). Ora, o FEEF é um dos intervenientes na ajuda externa que Portugal pediu. Se o seu rating descer (actualmente está no nível 'AAA'), o nosso empréstimo certamente que nos sairá mais caro (juntamente com o empréstimo à Grécia e à Irlanda).

Além disso, a S&P não podia ter escolhido "melhor altura" para mostrar que anda por aí qual ave de rapina à procura de uma pobre ave que já esteja débil para acompanhar as outras, e que assim ainda mais débil vai ficar e ainda mais dificuldade vai ter em acompanhar o bando.
É que de acordo com os dados da Bloomberg, até Março deste ano 17 membros da União Europeia pretendem realizar um total de 117 leilões de dívida com o intuito de encontrar financiamento para pagarem um total de 441.7 mil milhões de euros aos seus financiadores (que corresponde a cerca de um terço dos 1.398 mil milhões de euros de responsabilidades que o Eurogrupo terá que enfrentar durante este ano).

Foi a isto que o país chegou?

Quanto a Portugal, até Março a República Portuguesa enfrenta o vencimento de três linhas de bilhetes de tesouro num valor de 10.732 milhões de euros. Para este efeito, está prevista a realização de 8 leilões de dívida de curto-prazo com o objectivo de se financiar entre 5000-6250 milhões de euros.
A prova de fogo vai ser esta 4ª-feira dia 18 quando Portugal realizar três leilões de dívida de curto-prazo.

No entanto, o plano de jogo tem que ser alterado porque as condições em que ele se vai realizar agravaram-se consideravelmente. Talvez não haja implicações para o leilão de 4ª-feira pois parece que o leilão relativo aos títulos de tesouro a 11 meses já está praticamente todo garantido.

O mais engraçado é que, apesar do sucesso dos leilões de dívida de Espanha e Itália na última semana e do ligeiro optimismo que o director do BCE conferiu na última reunião da autoridade monetária, nada pareceu ter importância na hora desta agência (que nem sequer é europeia, como nenhuma delas o é) cortar o rating a 9 países europeus, e deixar 16 com 'outlook negativo' (ou seja, sob observação com possível descida do seu rating).



Países que viram o seu rating descer na passada 6ª-feira dia 13 de Janeiro.

Para os especuladores é assim que as coisas funcionam: por mais boas (ou razoavelmente boas) notícias que possam surgir, agarram-se a uma má notícia como um bóia salva-vidas para aquilo que parece que eles agora gostam muito de fazer.
Mas o que é mais engraçado é a leveza com que muitas vezes estes cortes são feitos quando se fala de Estados. Estamos a falar de nações soberanas, as entidades que deveriam ter mais credibilidade e não ser tratadas apenas através da frieza dos números.

Mas o que é mesmo mais engraçado, é a incrível subjugação que praticamente todos os países do mundo (os que se sujeitam à avaliação de qualquer uma das três agências) parece ter sobre as decisões destas entidades. Acredito na competência e credibilidade de qualquer uma das agências, e nas qualificações de quem toma estas decisões, mas mais uma vez refiro: estamos a falar de Estados soberanos, e não de meros ajuntamentos de pessoas.

Todo este processo não passa de especulação, em que as agências de rating parecem brincar 'ao cão e ao gato' com os Estados, muitas vezes baixando mas deixando a ideia de que tudo está em aberto para uma subida em breve.
A especulação foi um dos problemas que fez com que o Japão não se tornasse a grande potência económica deste século, levando ao fim do milagre japonês, e parece que está a fazer o mesmo à Europa.
Países que permanecem com a notação máxima de 'AAA'.

Resta aos Estados decidirem qual a posição que vão assumir, e qual a posição que deixam as agências de rating assumirem no meio disto tudo.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"O último segredo" de José Rodrigues dos Santos

Acabei de ler recentemente o mais recente livro de José Rodrigues dos Santos. Apesar de tudo, já antes de começar a ler sabia que seria um livro polémico na área da religião.
Confesso que não fiquei tão surpreendido como a Inspectora Valentina Ferro quando ouviu aqueles 'verdades inconvenientes' mas que estavam cientificamente comprovadas, da boca do já famoso historiador e criptalista Tomás de Noronha (haja alguém que revitalize o papel dos portugueses no mundo!!!).

De todas as que naquela altura ouvi, a que me chamou mais atenção foi a ligada ao livro dos Génesis. A bíblia não pode ser lida como um livro de História que relata como um manual tudo o que aconteceu na terra desde a sua criação. Obviamente que por isso, não se pode fazer uma leitura literal da bíblia. Segundo a tradição, foi Moisés o autor do livro dos Génesis, apesar de actualmente haver correntes que, fruto das investigações históricas, afirmam que o livro compila textos de outros autores.Já conhecia muitas daquelas verdades, tanto sobre a bíblia como sobre a pessoa de Jesus (e sua família). E não foi por ter lido o 'Código da Vinci' ou outro livro afim. Ouvi essas histórias e teorias alternativas à que é apresentada oficialmente pela Igreja, de pessoas ligadas à Igreja Católica.

Apesar de a Bíblia não ser um manual de História, temos que perceber o contexto histórico do povo judeu, na época em que se julga que o livro foi escrito. No caso do livro dos Génesis, a tradição aponta para que este livro tenha sido escrito quando o povo judeu estava no exílio. O livro deverá ter sido escrito quando o povo judeu estava exilado no Egipto, excepto a parte final que deve ter sido escrita durante o exílio na Pérsia.
Ora, nenhum destas nações na altura praticava uma religião monoteísta (pelo menos não era a religião do Estado). Alertados pelo facto de os judeus estarem cada vez mais a esquecer a essência da sua religião e a incorporarem no seu dia-a-dia as práticas das religiões dos povos onde estavam exilados (sobretudo no que toca a magia e rituais), os 'autores' do livro do Génesis apresentaram um livro em que mostravam Deus dos Judeus, a criar tudo a partir do nada, para provarem que Yavé era superior a todos os deuses egípcios e persas.

Começo por falar num assunto que não é abordado na bíblia, precisamente para apresentar algo que este livro dos Génesis possui e que serve como mais um fundamento para quem defende a ideia da Santíssima Trindade. Não aparece logo no início deste livro "Disse Deus: façamos..." (a luz, as trevas, os astros, a água, os animais e por aí fora...) e depois "Façamos o Homem à nossa imagem e semelhança"?
A ideia que nós temos da criação bíblica é vermos Deus-Pai, um senhor de muita idade e com longos cabelos e barbas a criar tudo (quase sempre só com o toque do seu dedo). A mim, nestas frases parece-me que ele está a falar com mais alguém, ou seja, ele não estava lá sozinho quando criou os céus e a terra. Portanto das duas uma: ou Deus-Pai teria algum amigo imaginário ou aqui está uma prova que a ideia da Santíssima Trindade está presente na Bíblia desde o início do Antigo Testamento. Ou seja, Deus-Pai estaria a falar com o Filho e o Espírito Santo: quando Deus disse "Façamos o Homem à nossa imagem e semelhança..." estaria a criar o Homem fisicamente semelhante ao Pai e ao Filho e com um espírito diferente de todos os outros seres vivos e em certa medida semelhante ao do Espírito Santo.

No entanto, o que me deixa mais surpreendido em todas as revelações 'bombásticas' do livro de José Rodrigues dos Santos, é o choque com que a inspectora Italiana parece receber a notícia de que Jesus não era cristão. Se para os cristãos a sua religião nasceu aos pés da cruz e na alegria do túmulo vazio na manhã de Páscoa, e se tudo indica que os pais de Jesus seriam judeus, porque não haveria Jesus de nascer judeu e ser judeu até à sua morte? Ainda seria aceitável a ideia ridícula de que ele se tivesse tornado cristão em adulto (antes de ser crucificado), mas como seria possível acreditar na ideia de que Jesus tivesse nascido praticante de uma religião que só depois de crescer é teria capacidades físicas, intelectuais e espirituais para fundar?
Assim como Maomé também não nasceu muçulmano, nem Buda (o mestre religioso, e não o grupo de iluminados que alcançaram a razão espiritual) nasceu budista.
Se Jesus não tivesse sido Judeu até à sua morte na cruz, a Bíblia não teria o Antigo Testamento (sinal da sua herança judaica) só para ser durante muitos séculos o maior livro do mundo.
Nenhuma Igreja cristã pode cometer o erro de dizer que durante a sua vida terrena Jesus era cristão e não judeu.

Quanto às práticas judaicas abandonadas pelos cristãos poucas décadas depois da morte de Jesus, apesar do cristianismo ser inicialmente uma seita dentro do judaísmo, mais cedo ou mais tarde as diferenças iriam obrigar os judeus-cristãos a se separarem dos outros judeus. Sendo o judaísmo uma herança de onde surgiu outra religião diferente, nada obriga que todos os preceitos dessa religião sejam cumpridos.
Outra coisa que é necessário entender do livro, é a separação entre aquilo que o ser humano pode entender com a razão e a inteligência e aquilo que está no domínio da fé. Se o Homem pudesse colocar toda a dimensão religiosa na sua compreensão e se pudesse comprovar empiricamente tudo o que qualquer religião afirma, a religião seria uma ciência.

Já lá vai o tempo em que as pessoas eram praticamente obrigadas a ter uma religião. As verdades da fé estão disponíveis para quem quer acreditar, e isso implica acreditar mesmo sem ter a prova de que tal seja verdade. Quem não quiser acreditar... segue a sua vida.
Atrás referi que a Igreja católica nasceu aos pés da cruz e na alegria do túmulo vazio na manhã de Páscoa ou seja, nasceu com a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Isso é a essência da fé cristã e o suficiente para a existência do cristianismo.
Se Jesus afinal não estava a escrever no chão quando desistiram de apedrejar Maria Madalena, se ela nem sequer era prostituta, ou se Jesus fez não fez nenhum milagre a A mas fez a B, ou se não leu na sinagoga de Nazaré, ou se não destruiu as bancas dos vendedores no templo de Jerusalém, ou se não nasceu no dia 25 de Dezembro em Belém (o que e relação à data não ser 25 de Dezembro já eu sabia desde pequeno e a Igreja católica já o reconhece há muito, e a propósito Jesus nasceu cerca de 6 anos antes do ano que lhe é atribuído, daí aquelas incongruências quanto ao facto de um Evangelista falar de Quirino e outro de Herodes que pelos vistos os seus governos não foram contemporâneos), ou se os Evangelistas afinal não se chamavam Mateus, Marcos, Lucas e João, TUDO ISSO não é essencial para se perceber e acreditar na essência da fé cristã.

E se fossem agora descobertas provas irrefutáveis de que Jesus foi casado e teve filhos? Isso impedia-o de morrer na cruz e ressuscitar? O cristianismo não defende que Jesus ao nascer se tornou um ser humano como todos nós (mas sem deixar de se Deus)? O casamento e os filhos só viriam reforçar a humanidade de Jesus e não poderiam por em causa a sua condição de Filho de Deus.
E surge-me também uma pergunta oportuna. Se são apresentadas provas de que muitas das acções e palavras de Jesus podem não ser verdade, porque não há nenhum texto sobre Jesus escrito imediatamente após a sua morte, e ninguém que escreveu sobre ele (nomeadamente os Evangelistas autores dos Evangelhos canónicos) conheceu-o pessoalmente, então porque acreditar nas razões apresentadas por Tomás de Noronha para que Jesus discriminasse as pessoas e que fosse um judeu extremista e radical apenas baseado no que aparece na Bíblia?
Para não falar na História dos Evangelhos apócrifos. E aqui faço mais um desvio ao que o livro fala, para falar no 'Evangelho de Judas' que parece que foi encontrado por um pastor que andava à procura de uma cabra perdida (há coincidências mesmo incríveis!!!!) numa gruta em Nag Hammadi. Nunca li o Evangelho mas no documentário que vi, a ideia que o Evangelho transmite uma ideia de Judas diferente da que a Igreja Católica (também nunca percebi porque só usam a Igreja Católica como alvo de crítica,
quando existem outras Igrejas Cristãs e uma delas, a Ortodoxa, só se separou da Católica aquando do cisma) sempre apresento, de um ser desprezível e eternamente odiado até à morte. O Evangelho dá um protagonismo diferente a Judas, e apresenta-o quase como um Herói pois sem ele não era possível a crucificação de Jesus que, por mais dolorosa, triste e injusta que foi, era necessária para que todo o mundo conhecesse a salvação que Deus na pessoa de Jesus veio trazer.
De facto, apesar de duvidar que a imagem negativa que pelo menos existe no Ocidente em relação a Judas possa mudar (pelo menos nos próximos séculos) a verdade é que Judas Iscariotes foi o protagonista de um 'mal necessário' e sem a acção dele Jesus Cristo não teria morrido e ressuscitado e assim ter nascido o cristianismo. Talvez estivesse no sítio errado à hora errada, mas a verdade é que apesar do seu mau papel na História acabou por ser fundamental para o nascimento da maior religião do mundo.
E quanto aos outros Evangelhos Apócrifos que apresentam Jesus em criança a fazer milagres para exibir às outras crianças, ou a fazer e dizer outras coisas que parecem contrárias ao que a Igreja ensina, se as que constam na Bíblia podem ser falsas devido à data tardia em que foram escritas, a erros de tradução ou a falsificações, então o que consta nos Evangelhos Apócrifos tem as mesmas probabilidades de estar errado.
Ainda haveria muito a contar, mas receio que ninguém chegue vivo ao final deste post!
Quanto às outras matérias polémicas, do que fica por falar, mais uma vez repito que muito só pode ser aceite pela fé, e não pode ser comprovado pela ciência.
E quanto ao resto do livro, para além dos homicídios, só há acção quase no final. Depois de tantas páginas lidas, achei que o final foi demasiado simples e o desenlace dá-se de forma abrupta.
De resto, é um livro interessante que dá o seu ponto de vista o que (pelo menos por enquanto) ainda nada nos impede de o fazer.

Os meus parabéns ao autor.

E se querem ler mesmo um livro mesmo polémico que apresenta o lado negro do cristianismo e da Igreja Católica não só no que vem na Bíblia e na sua tradição, como também nas suas práticas actuais, e até apresenta os actuais descendentes de Cristo, leiam "O Diário Secreto de Da Vinci".
Certamente também irei fazer um post sobre este livro num futuro mais próximo!!!

Eurovision: walking to Baku 2012! (I)

One of the topics that will often be covered in this blog, will be the Eurovision or not I myself had recently become a big fan of this festival.
My first post on this topic is about the countries that already have all the work done (song and artist chosen) for this year: more precisely, Albania and Switzerland.

Switzerland & SINPLUS:


The first country to select their representation was Switzerland yet in 2011, more precisely on December 10th. The choice to represent this country from the Alps in Baku, was the band SINPLUS with the song "Unbreakable".

As for the competition, only highlight the participation of Chiara Dubey (ranked 3rd) eould also be a good choice, and also Ivo (ranked 2nd) with the song "Peace&Freedom".
I think it was a good choice and I not share the opinion of those who think that Switzerland followed the same linen of 2009, when they chose the band "Lovebugs": the differences are obviosly many more than the similarities.
Perhaps the comment that must be take seriously is the poor quality of pronunciation: it's true that the lyrics isn't easy to pronounce especially for those who don't have English as their native language, but they may need to make some improvements in this regard.

Albania & Rona Nishliu

After the poor result of Albania last year, which failed to go beyond the 14th in the semi-final, this Balkan Country brings now a very emotional ballad.
Although I'm not a big fan of this music, I recognize the musical quality and the strong emotivity that the artist delivers to the music.
As for direct competition, both the 2nd and the 3rd ranked didn't constitute big threat: this was undoubtedly the best decision in the internal selection.
It's too early to know whether this country will have a chance this year to pass the final against the competition.
But the truth is that this country has not been graced by very luck in the contest: in addition to the 7th place in 2004 (when the country debut in Eurovision), the best were the 16th and 17th places.
For me the great injustice will have been in 2010: a very vibrant music and full of emotion, with a singer Juliana Pasha, very charismatic and with an attractive style and musically, it was only the 16th place in the final.
Let us hope by the competition from other countries to see what the opportunities that this country may have.


Good luck to both countries!!!!




Who do you think should go to the final of Eurovision? Go HERE and give your opinion. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

SIMPSONS e a vida real II: Homer & Marge Simpson

Depois do primeiro post sobre a minha série preferida do mundo e arredores, vou agora falar sobre o casal mais famoso de todo o mundo da animação: Homer e Marge Simpson.


Como o Homer Simpson diz, tudo começou a partir do momento em que este casal se muda para a pacata cidade de Springfield, e compra uma casa em Evergreen Terrace. E o resto é história. Primeiro veio o Bart, também conhecido por "El Barto", depois a inteligente e idealista Lisa, e por fim a pequenina mas não menos importante Margaret Simspon. Podemos nos interrogar sobre a coragem que este casal teve para ter logo três filhos, e a paciência que devem ter para os educar. Podia de facto ser assim. Mas de acordo com Homer Simpson, ter filhos é o máximo e não traz problemas nenhuns à vida deles: os pais ensinam os filhos a odiarem as mesmas coisas que eles odeiam, e eles educam-se praticamente sozinhos com a televisão, a internet e outras coisas do género (palavras do Homer Simpson... podem não reflectir a opinião do autor do blog!!!).
Agora pergunto: porque será então que os pais se queixam tanto do trabalho que dá e do quão difícil que é criar um filho nos dias de hoje.

Apesar da série começar a partir do momento em que eles já têm os 3 filhos, ao longo das séries são feitas viagens ao passado destes pais, o que permite traçar uma comparação entre as suas vidas e o que se passa na vida actual.

Homer Simpson e os impopulares


Quem vir a história de Homer Simpson, se não perceber que estamos perante uma série cómica, dificilmente deixará de se compadecer pela triste vida que o Homer tem levado.

Foi sempre impopular, rejeitado em todos os grupos, clubes e associações afins, e sempre desprezado pelas mulheres. Talvez para tal tenha contribuído os seus baixos níveis de habilitações (recorde-se que ele não entrou para a Faculdade porque quando ele estava a assinar o formulário de candidatura no gabinete do psicólogo escolar viu da janela um cão a passar com um presunto inteiro na boca, e logo saiu disparado atrás do cão para lhe tirar o presunto - daí que ele até hoje se queixe de que nunca lhe deram a oportunidade de se candidatar à faculdade...).
Mas depois de trabalhar na Central Nuclear de Springfield acabaria por entrar para a faculdade para fazer a cadeira necessária para manter o cargo de inspector de segurança da Central dirigida por Mr. Burns.

Também o seu excessivo peso e o seu cheiro nauseabundo não transformam o pacote chamado Homer Simpson num pacote muito apelativo. Isto certamente deve reflectir o dia-a-dia de muitos encalhados, homens ou mulheres que, pelas mesmas razões ou outras diferentes, esperam e desesperam por serem socialmente aceites e/ou pelo seu príncipe/princesa
encantado(a).

Até que ele encontra a Marge, e como ele muitas vezes o disse e demonstrou, toda a sua vida mudou completamente... e para melhor obviamente.
Mas será que agora está tudo bem?

-Então o patrão, que ele carinhosamente(?) chama de Burnsie, que nunca se lembra dele e o trata como um mantecapo?

- Então o facto de depois de uma semana de intenso trabalho (como o comprova a imagem aqui em cima), ter que se levantar todos os Domingos de manhã para ir à Missa ouvir um chato a dizer que, mesmo que ele seja honesto, trabalhador, pai de família e bom cidadão, tem que ir para o inferno por isto e por aquilo?

- Então e a falta de reconhecimento que ele sente pela sua pessoa e por aquilo que ele tem feito, tanto da parte da entidade patronal, como dos amigos e até da família?

Quantos de nós no meio desta sociedade em constante movimento que parece que nem pára para respirar, onde no meio de tantos que somos se torna tão difícil nos afirmarmos? Para além do facto de parecer destino que milhões de funcionários pelo mundo fora (e ainda mais em países com dificuldades) vejam os seus talentos ou capacidades desperdiçados e subaproveitados, subjugados a um regime capitalista que se baseia na frieza do mercado e cada vez mais apenas é democrático no título.

Ao Homer vale-lhe o "Moe's", a taberna onde parece que encontra refúgio e orientação para a sua vida.


Marge Simpson e as donas de casa desesperadas

Confesso que nunca vi a Série por isso não sei do que se trata exactamente, mas o nome 'Dona de Casa Desesperada' assenta que nem uma luva a Marge Simpson.

São constantes ao longo das várias séries as suas queixas de que fica sempre em casa agarrada às tarefas domésticas, tarefas essas em que as únicas vezes em que o resto da família a ajuda é a sujar e a desarrumar mais a casa, que nunca sai de casa, a não ser para ir às compras ou para tratar de outros assuntos típicos de uma dona de casa, que nem consegue manter uma
vida própria e independente da família.

E convenhamos que das poucas vezes em que tentou investir apenas nela própria, como quando trazia amigas a casa ou quando tentou aderir ao clube de alta sociedade de Springfield, o comportamento da família acabou por lhe estragar os planos.

É claro que esta vida torna-se por vezes
insuportável e Marge acaba por ter pelo menos uma explosão em que não aguenta mais e acaba por ter que dedicar uns tempos para ela afastada da família.
O problema é que esse tempo acaba e ela tem que acaba por voltar para o seu 'Doce Lar'.
A exemplo do marido, também Marge parece sofrer por não ver as suas capacidades aproveitadas nem o seu mérito reconhecido. Mas este caso parece ser mais extremo e mais grave.

E quantos neste mundo, mesmo não sendo mulheres, ou não estando confinadas a uma cozinha, têm que se subjugar a um trabalho que, por terem concordado com um certo contrato, se vêm obrigadas a ter que o cumprir sem reclamar e sem o seu mérito ser reconhecido...

Apesar de não o sentir na primeira pessoa, conheço bem a angústia de pessoas como a Marge
que, no caso das domésticas, é um caso que felizmente já vai sendo contrariado (como os maridos e toda a família terem um papel mais activo nas tarefas domésticas para além de sujar e desarrumar, e também os homens a assumirem o papel de domésticos).

A ela parece que lhe vale o amor por Homer e pelos filhos. A mim parece-me muito pouco: mas talvez só uma mulher ou uma doméstica possa sentir e perceber verdadeiramente a Marge.


E depois de tanta leitura aqui vai um passatempo fácil. DESCUBRA AS DIFERENÇAS!!!!!:





terça-feira, 10 de janeiro de 2012

"Χρεοκρατία" (Dividocracia)


É sem dúvida um vídeo fundamental para quem quiser compreender o que está por trás desta crise que afecta todo o mundo, mas a Zona Euro de uma maneira como se nunca imaginou. Aqui encontramos alguns dos principais responsáveis desta situação. E como nós todos, pela nossa ingenuidade acabamos por ter a nossa parte de culpa nesta situação.

Optimo para reflectir e para aprender com os nossos erros para não os cometermos no futuro (será que não os vamos repetir?).

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Rebecca Black: do "Friday" ao "My Momment"

Parece impossível falar da música em 2011, sem falar nesse fenómeno, mais mal do que bem amado chamado Rebecca Black.

Toda esta agitação começou com o vídeoclip "Friday" que foi rapidamente classificado como o pior vídeo de sempre no Youtube. Claro que tanto a música como o vídeo têm problemas desde o princípio até ao fim. Não digo que seja uma desgraça tendo em conta que estamos a falar de uma jovem de apenas 13 anos.
Apesar de não gostar minimamente do tema, como parece ser a opinião de mais de metade das pessoas, daí até às ameaças de que a Rebecca tem sido alvo, acho que vai um grande passo. Sobretudo quando se trata de ameaças de morte. Que se saiba, o vídeo está disponível no youtube para quem o quiser ver. Ninguém é obrigado a ver, nem a gostar. Esse vídeo mostra apenas a alegria de uma jovem por ser 6ª-feira. Tudo bem que não conseguiu expressá-la de forma muito feliz, mas há maneiras mais humanamente correctas de lhe dizer e mostrar isso.
Além disso, que sociedade é esta que não deixa ninguém perseguir o seu sonho, por mais péssimo que seja, desde que não prejudique ninguém?










"My Moment"
"Friday"

Em finais de Agosto do ano passado, surge outro vídeo com outra música da Rebecca Black, "My Moment". Apesar de continuar a não ser fã desta rapariga, tenho que reconhecer as melhorias que ela fez. E sobretudo reconheço a coragem de transmitir a mensagem que transmitiu com a letra da música. Acima de tudo ela não deixa de ter razão: ela apenas quer perseguir o seu sonho, e não deve ceder perante quem a quer derrubar. Pelo menos ela conseguiu provar para quem achava que ela estava "arrumada" que ela continua aí, firme, a lutar e a sonhar.

Aqui está também um exemplo para quem quer desistir com facilidade.
Mesmo não sendo fã, desejo as maiores felicidades para a Reebecca Black e para o seu albúm, bem como para toda a sua carreira.

Mas uma coisa ninguém pode negar: as suas músicas serviram para entreter quem criou as inúmeras paródias que circulam pela internet...

domingo, 8 de janeiro de 2012

A PORTUGUESA EDP É CHINESA?


Antes de mais convém referir que a EDP não está exclusivamente nas mãos da empresa "China Three Gorges". Ela é a maior accionista, mas apenas detém 21.35% do capital social da EDP. Ou seja, não detém a maioria do capital.

Confesso que não compreendo a admiração nem a indignação que muitas pessoas sentem ao ouvir esta notícia. Já a profecia de Nostradamus alertava para o 'perigo amarelo'. E de facto, mesmo que haja quem bata o pé e o negue, a verdade é que este século que ainda completou apenas uma década, será sem sombra de dúvidas o século da China.
Os dados oficiais apontam para a criação de 11.6 milhões de novos postos de trabalho, só em 2010. E as previsões apontam para uma recuperação das elevadas taxas de crescimento económico para os próximos anos, ou seja, para a criação de mais do que 11.6 milhões de novos postos de trabalho por ano.

E não esqueçamos que praticamente apenas a zona mais próxima da costa está envolvida nesta explosão económica e urbana. A esmagadora maioria dos investidores estrangeiros ainda nem sequer chegaram ao centro quanto mais ao interior do país, como se pode comprovar por esta imagem à esquerda. Por isso, a China ainda tem muito para dar. E basta dar uma vista de olhos ao mapa dos investimentos que a China tem feito pelo mundo, pode-se facilmente ver que já se contam pelos dedos (talvez ainda não só de uma mão, mas para lá caminha) os países onde a China não tenha investimentos feitos.
E o crescimento económico na China está a trazer consigo o surgimento de uma classe média em franco crescimento tanto em tamanho como poder de compra, o que representa uma grande oportunidade para as empresas estrangeiras.

Mesmo quem defende que isto não poderá passar de uma moda passageira, isso nunca conseguirá tirar todo o poder que a China poderá vir a adquirir. Para já, porque essa não é a previsão para os próximos anos. O Partido Comunista Chinês tem garantido por enquanto a estabilidade política e económica necessária à continuação do bom desempenho da China. Não esqueçamos que a China teve o exemplo da União Soviética quando liberalizou o seu regime político, e do Japão quando liberalizou o seu mercado de câmbios. A China pode ainda não ter encontrado concretamente qual o percurso que deve seguir, mas sabe perfeitamente o que não deve fazer para não cair nos mesmos erros que a União Soviética ou o Japão. E além disso, este 'império económico' que já detém pelo mundo, não se vai evaporar de repente e sem mais nem menos.

Eu pelo menos não fico preocupado com esta compra, seja pela empresa que foi, seja pelo comprador que foi. O mundo começa a ficar enjoado do Ocidente, e se abrimos as nossas empresas públicas ao capital privado, porque não há-de ser ao capital da economia que actualmente detém maior pujança a nível mundial?
E espero que isto também esteja a servir de lição não só a Portugal como para todo o Ocidente que se deixou relaxar quando não devia, ou como se diz na terra onde nasci "andou a dormir em pé!!!!".

Agora, aqui estão as consequências...

SIMPSONS e a vida real I: Bart & Lisa Simpson

Outro dos temas que certamente será muitas vezes abordado neste blog, será a Série mundialmente famosa conhecida por The Simpsons e que constitui outro dos meus grandes vícios.
O primeiro post sobre este tema, será uma análise crítica à nossa actual sociedade capitalista, com base em duas das personagens principais dessa série: os filhos mais velhos do casal Simpson, Bart & Lisa.

Bart: Bullying e problemas das escolas

Comecemos pelo filho mais velho, o Bart Simpson. Com 10 anos (ou como ele próprio diz num dos episódios, o grande um-zero) feitos, é um rapaz um pouco hiperativo que faz tudo para chamar a atenção dos colegas e tornar-se popular na escola. E é talvez esse o único proveito que ele tira da escola, visto que boas notas já não é com ele (desde que os genes simpson que afectam o lado masculino da família se manifestaram nele).

Isto espelha talvez um dos grandes problemas das actuais escolas: a falta de atenção dada a muitos alunos com dificuldades. Num dos episódios o Superintendente Chalmers visita a Escola Primária de Springfield e repara nas turmas com cada vez mais alunos. Uma coisa que também se verifica em Portugal, e da qual eu também fui vítima no liceu em que o argumento "Se há cadeiras na sala para 28 alunos, então pode haver uma turma com 28 alunos" era o que vigorava.
Também há que salientar a atitude pouco empenhada da professora Miss. Krabappel, que num dos episódios chega a referir que uma demonstração de iô-iôs seria uma das melhores recordações da infância que os alunos iriam ter quando ganhassem a vida a meter gasolina.

Mas aquilo que me chama mais a atenção é o facto de este rapaz, que por mais traquina e maldoso que possa parecer, acaba sempre por manifestar o seu bom coração, é o bullying de que é vítima por parte dos grandes rufias da escola, sobretudo por parte do Nelson Muntz. E é talvez conhecendo a história deste rufia, que se percebe os problemas que se passam com este fenómeno que recentemente se tornou um problema das escolas. O Barney é filho de pai ausente/incógnito visto que, por aquilo que se pode depreender dos episódios, a mãe trabalha num bar de alterne.



Acredito sinceramente que não são apenas as vítimas que necessitam de ajuda, e que o Barney não é mais do que uma vítima:  uma vítima de falta de atenção adequada à sua realidade. Como cada aluno é uma realidade diferente, não devem existir métodos uniformes para resolver qualquer tipo de problema.
Agora, esta série tem talvez uma incongruência: em muitos episódios, vê-se o Barney a divertir-se com o Bart & Ca., como se fossem grandes amigos, quando pouco tempo depois se vêem imagens como a anterior.

Lisa: a incompreensão dos sobredotados
Agora vem a vez da Lisa! A personagem que tenta sempre por bom senso em toda a família, e que persegue uns ideais próprios, é vítima de um problema que afecta muitas crianças neste mundo.



Com uma inteligência comprovadamente acima da média, esta rapariga de 8 anos vê-se confinada a ter que frequentar uma turma "normal"devido aos fracos recursos financeiros dos seus pais. Aqui está um exemplo de um subaproveitamento dos recursos humanos que um país possui e que lhe pode vir a ser muito útil futuramente.
Numa altura em que todo o mundo, mas sobretudo os países ocidentais, precisam de rever o seu paradigma para enfrentar esta crise, muitos autores defendem que a solução passa, como sempre passa em qualquer crise, pela aposta na qualificação e aproveitamento das potencialidades dos recursos humanos. E aquilo que se passa com a Lisa Simpson, passa-se diariamente não só com as crianças sobredotadas, mas também com muitos estudantes universitários que mesmo com bom desempenho são obrigados a desistir de estudar e de acabar os seus cursos, devido à falta de ajuda por parte dos serviços sociais, passa-se com muitos estudantes que não podem prosseguir os seus estudos nem sequer para concluir o ensino obrigatório pois a escola básica ou secundária mais próxima fica a quilómetros de distância e é impossível conciliar as deslocações diárias com as horas de estudo e as horas de lazer: as horas de ser criança ou jovem. Para não falar mais uma vez dos encargos financeiros que os pais não podem suportar.
À Lisa vale-lhe o saxofone, que é uma dica a pais que se encontrem na mesma situação, e também para pessoas que sintam que as potencialidades não são aproveitadas: encontrar outras alternativas nas quais se possam destacar e ver o seu mérito reconhecido.
Budista e vegetariana, esta menina acaba por ser muitas vezes gozada pelas suas escolhas que, de facto parecem muito "evoluídas" para quem tem apenas 8 anos. Mas mais uma vez isto reflecte as dificuldades das nossas sociedades ditas 'desenvolvidas' que se auto-consideram multi-culturais e tolerantes, em lidar com as diferenças. Por mais que o homem se auto-intitule o mais racional de todos os seres vivos, acaba muitas vezes por ter atitudes piores que os animais selvagens, ao não respeitar as diferenças dos outros, acabando muitas vezes por recorrer às mais variadas formas de discriminação, sempre com as piores consequências. Há outras coisas neste mundo que devem ser consideradas verdadeiramente problemas e que devem ser alvo da nossa atenção.
Nesta série verifica-se à máxima "A brincar se dizem as verdades"!!!!