quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (VII)

Continuando as análises das escolhas para este ano, seguem as análises de mais dois países.


LETÓNIA E ANMARY 
Continuando nos países de Leste, faço agora a análise do primeiro país báltico a escolher a sua representação. A Letónia tem sido mais um caso de extremos na Eurovisão: começou muito bem (3º lugar), a que se seguiu um mau resultado (18º lugar). No ano seguinte teve a sua primeira e até agora única vitória. Depois disso, para além do 5º lugar em 2005, a Letónia não tem obtido grandes classificações, inclusivé o último lugar nas semifinais em 2009 e 2010.
A escolha deste ano recai sobre a cantora Anmary de 31 anos (como ela própria refere na múisca ao dizer que nasceu no distante 1980), com um música com um título bem sugestivo "Beautiful Song". A música é muito teatral, o que costuma ser comum nas músicas deste país.
A melodia, a letra e a interpretação têm uma conotação cómica. Não sendo uma música que chame muito a atenção e que possa arrecadar muitos pontos, foi sem dúvida a melhor escolha possível. O 2º classificado, os artistas Samanta Tīna & Dāvids Kalandija, com a música "I Want You Back", sendo também muito teatral, era uma balada que mais depressa se perderia no meio da concorrência.

É uma música agradável de ouvir, apesar de não ser do género que agrade muito aos eurofãs. Quanto à cantora, tem uma voz média mas afinada e é muito expressiva: já fiquei mais descansado em relação ao problema que ela parece ter nos olhos - afinal parece que é um problema médico!!!
Dos países que desde 2004 costumam dar mais pontos à Letónia, este ano apenas votarão na mesma semifinal em que ela está presente, a Irlanda, a Dinamarca e Israel (mas estes dois últimos encontram-se no 8º e 9º lugar respectivamente, da lista dos 10 países que mais pontos deram à Letónia).
Mas mais uma vez os júris poderão trazer surpresas na hora de passagem à final.


GEÓRGIA E ANRI JOKHADZE 
Confesso que a Geórgia me tem passado um pouco ao lado na Eurovisão. E talvez a muita gente também, visto ter como vizinhos países alguns dos gigantes da Eurovisão. Estou a referir-me claro à Arménia, ao Azerbaijão e à Turquia. Mas desde a sua entrada a participação da Geórgia tem sido razoavelmente boa: o pior lugar foi o 12º lugar no seu ano de estreia (2007) e o melhor um 9º lugar, tanto em 2010 como em 2011, mas obtendo mais pontos em 2010 (ano em que obteve o 3º lugar na semifinal). Em 2010 o 9º lugar foi obtido graças sobretudo aos júris (4º lugar pelo júri e 9º pelo televoto) e 2011 foi graças ao televoto (8º lugar pelo televoto e 16º pelos júris). Pessoalmente gostei muito mais da prestação da Geórgia em 2010 -  foi sem dúvida a sua melhor prestação de sempre e uma das melhores daquela final: toda a teatralidade atribuída a uma música que, por ser balada, poderia não dar grandes hipóteses a este tipo de prestação, acabou por se revelar uma prestação bem original e cativante.
Agora vou passar a falar da escolha deste ano, e é aí que as coisas se complicam!!! A escolha recaiu sobre o artista de 21 anos Anri Jokhadze que irá interpretar o tema "I'm a Joker" e sinceramente não poderia ser mais adequado. Tenho sempre procurado fazer uma análise das escolhas de cada país, baseando-me no género de música e através disso avaliar a interpretação, as qualidades vocais, e eventualmente a letra ou outras particularidades.
Pois bem: no caso da Geórgia parece que tenho que rever o meu paradigma!!! 
Confesso que para mim foi a escolha mais inesperada de todas (pelo menos até agora). A interpretação ao vivo para seleccionar a representação foi muito confusa, com mudanças inesperadas no ritmo e intensidade da música que a mim me fizeram um pouco de impressão nos ouvidos. Tive que ouvir a versão studio para poder formar uma melhor opinião, porque cada vez que ouvia a versão ao vivo, tornava-se muito penoso para mim. A versão studio é muito mais suportável. No entanto, tenho as minhas sérias dúvidas se a prestação da Geórgia este ano não passará ao lado dos júris internacionais.
Até agora, a escolha da Geórgia é a que tem recebido mais apreciações negativas e tem recebido mais votos negativos no youtube. Mas, nem tudo parece estar perdido: nesta semifinal vão votar quase todos os países que costumam dar mais pontos à Geórgia - Lituânia, Arménia, Ucrânia, Bielorrússia e, embora em menor importância, a Turquia. Certamente que no televoto a Geórgia não deverá ficar em último lugar. O mesmo não posso dizer com muitas certezas em relação aos júris.


Penso que o problema aqui não está na letra nem na intenção da música: apenas não foi bem conseguida (ficando bem longe disso).




Uma das razões para a selecção ser feita meses antes do festival é precisamente para cada país poder melhorar ao máximo a sua escolha. Apesar de não considerar ambas as prestações, uns fortes concorrentes, muitas alterações podem ainda ser feitas...






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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (VI)

Como o tempo não pára, e as escolhas dos países continuam sem travões, aqui estão os meus comentários às escolhas de mais dois países.


UCRÂNIA E GAITANA
Começo por falar da Ucrânia, que entrou no festival em 2004. Portugal é até agora o 3º país de quem recebeu mais votos, e desde 2004, ano da introdução das semifinais, que a Ucrânia é o país a quem demos mais votos (que infelizmente em breve será ultrapassada pela Espanha), incluindo 12 pontos em 2006, 2007 e 2008.
Exceptuando 2003 e 2005, a Ucrânia tem sido um dos países com melhor desempenho na Eurovisão: nunca falhou uma final, ficou uma vez em 1º lugar e 2 em 2º na final, e uma vez em 2º e outra em 1º na semifinal.
Mais uma vez a representação ucraniana é entregue a uma voz feminina, a cantora Gaitana Essami de 32 anos, que interpreta a música "Be My Guest". A música pode surpreender muita gente que não esteja habituada ao género de músicas que muitas vezes este país de Leste leva à Eurovisão. Se fosse noutro país, poderíamos nos perguntar de que planeta esta gente veio mas, tendo em conta representações passadas como as de 2007 e 2009, esta música é perfeitamente normal. Como eu costumo dizer, esta música é uma música à Ucraniana. E está tudo dito. A música é bem cómica, animada e a artista tem uma forte presença em palco para além dos óbvios atributos físicos: tem um estilo original e cativante que condiz bem com a música. Mesmo que as qualidades musicais da cantora, que são razoavelmente boas ou a letra forem muito inferiores às das concorrentes, de certeza absoluta que esta música sobretudo devido à sua performance ao vivo tão enérgica, original e mesmo um pouco excêntrica vai marcar a semifinal em que vai actuar (que é a mesma de Portugal).
Apesar da música "Be my Guest" ter ficado em 1º lugar pelo júri,  a música só conseguiu o 2º lugar no televoto, muita gente (onde eu me incluo) continua a contestar a decisão. Um dos vencedores alternativos mais apontados, é o 2º classificado (2º no júri e 3º no televoto), Max Barskih com a música "Dance". Apesar de também ser de longe o meu favorito, tenho que reconhecer que as qualidades vocais e a afinação do artista ao vivo no festival de selecção estavam um pouco aquém das expectativas. Certamente que se não fosse esse pequeno, mas tão importante, pormenor e tinha considerado a decisão ainda mais injusta.

A Ucrânia vai ser o único dos países a quem Portugal costuma dar mais pontos que vai competir na mesma semifinal que nós. Por isso, Portugal só não dará 12 pontos à Ucrânia na semifinal se o júri não quiser porque, da parte do televoto é quase certo que vamos lhe dar os 12 pontos. E não creio que seja desta que a Ucrânia falhe uma final da Eurovisão. Para além das qualidades ímpares que eu já referi sobre a música, nesta semifinal encontram-se alguns países de leste e da Eurásia (Arménia, Bielorrúsia, Bulgária, Geórgia e Turquia) que, não podendo votar na Rússia por esta participar na outra semifinal (e no caso da Turquia também no Azerbeijão), irão centrar as suas intenções de voto na Ucrânia.

BIELORRÚSSIA E ALYONA LANSKAYA
Continuemos no leste europeu, mas agora um pouco mais a norte, mais precisamente na Bielorrúsia. Desde a sua entrada em 2004, este país está longe de ser dos mais sucedidos. Participando sempre desde então, apenas se destaca um honroso 6º lugar em 2007, e mais uma passagem à final em 2010 que apenas garantiu o 24º (penúltimo) lugar.
Das restantes vezes, o país nunca esteve muito perto de passar à final.
Este ano a artista é Aloyna Lanskaya de 26 anos que interpreta a música "All my life". Estamos perante mais uma balada. Reconheço as qualidades vocais da cantora, e mesmo sem grande brilho, conseguiu interpretar adequadamente a música. Mas, apesar de toda a energia que a música transmite, não sendo uma balada demasiado mole, a verdade é que a participação de Aloyna pode passar despercebida. E acreditando no poder desta música, confesso que, em algumas partes da música, não percebo se está a cantar em inglês ou em russo. Mesmo noutras canções, como a da Islândia, que eram cantadas nas línguas maternas, também não as percebia, mas pelo menos os artistas conseguiam separar bem as sílabas e as palavras. O que não é o caso (defeito da própria língua em que é cantada?).

Na mesma semifinal que a Bielorrússia (a 2ª), os países que costumam dar mais votos a este país serão a Ucrânia, a Geórgia e a Arménia. No entanto, não sendo a Bielorrúsia um país que tenha recebido muitos votos, o facto de ter estes três países que podem votar neste país, isso não garante grande coisa. Além disso, o televoto deverá concentrar-se na Ucrânia.
O mais certo será esta música agradar mais aos júris do que ao público. Já o contrário se pode dizer do 2º classificado: a banda jovem Litesound que interpretou a música "We are the heroes" certamente que iria atrair muitos votos do televoto, sobretudo das faixas etárias mais jovens. Além do estilo pop da música, esta não é tão banal como outras que vão participar este ano. E além disso, até agora as bandas concentram-se na outra semifinal. Aliás: as qualidades vocais da vencedora não são muito melhores, pelo que não consigo perceber bem a decisão.
Oportunidade perdida? Talvez para o televoto, mas o júri tem um papel igualmente importante.


Boa sorte para ambos os países!!!!




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Eurovision: walking to Baku 2012! (III)

Continuing with my analysis of the countries that have already selected theirrepresentatives for this year's Eurovision, I am going to talk about the selections of the two Mediterranean islands that are independent states: Cyprus and Malta.


CYPRUS AND IVI ADAMOU
The Cyprus is another case of a completely different choice from that made last year(perhaps because he had failed more than the 18th place in the semifinal).
This year's representative will be the young singer, 18 yearsIvi Adamou with the song "Lala Love."

It's a song facing the younger public, in a very danceable rhythm, which could well hear in any nightclub.
A good image and good choreography (ie without taking into account the competition that is not all known)would likely attract the votes of the young audience.
And in these respects, major improvements need to be done in relation to performance in the internal selection.
It is true that the stage where she performed was much lower than the stage of Eurovision, which implies that a good performance at the festival will involve a good choreography (which must be the same revised as root, with that look, is not suitable nothing to the music) and a stage with more people in addition to the singer.
As the style of music is unremarkable and does not bring anything new to the music scene, it becomes even more necessary to put on the choreography and the image.
However, comparing with the other two songs presented in the Contest by Ivi, this was certainly the best choice possible.

As for the vocal qualities of Ivinot being a bad voice to hear, I rate it only average.
But one thing we can be sureparticipating in the same semifinal than Greece, Cypruswill receive at least 12 points.



MALTA E KURT CALLEJA
Also Malta brings us a song for the younger public, played by Kurt Calleja and with the title "This Is the Night"more suggestive that this is impossible!
For me this is perhaps the most questionable selection. Like Cyprus selection, the music does not bring anything new to the music scene, but the main problem relates to the other songs in the competition, especially the 2nd ranked, Claudia Faniello with the song "Pure". True, it is a ballad, a genre of music not always very successfully in this Festival, but in this case should certainly please the jury, not even by the great singer's vocal talents. Indeedthe music was most voted by the jury, receiving more times the twelve points.
As for the music and the interpretation of the winner itself, for more than listen, I am alwaysunder the impression that something is missing ... is not complete.
Although Malta is the non-winner country more successful, the truth is, it can not tell much from the televoting by "affinity", perhaps what we should choose music that would please the judges of different countries in the competition.





The successful transition to the final live performance will depend on: whether it can live up to what you intend to convey with the music.



domingo, 19 de fevereiro de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (V)

Como vem sendo hábito desde há muito tempo, entre meados de Fevereiro e princípios de Março, a maioria dos países presentes na Eurovisão nesse ano, selecciona as suas representações. E o Youtube já fervilha de TOP's: TOP 3, TOP 4, 5, 6, 9, 10 e por aí fora. Até fizeram TOP2 só com as músicas da Suíça e da Albânia (já agora um TOP1 não?... esse dava muito trabalho!!!).
Sem mais demoras, vou já comentar mais duas selecções.


NORUEGA E TOOJI
Começo com o país de extremos na Eurovisão. Por um lado, foi o país que mais vezes ficou em último e que mais vezes obteve os mal-amados zero pontos. Por outro lado, a vitória que obteve em 2009 com a música "Fairytale" interpretada por Alexander Ryback atribuiu a este país o recorde de canção vencedora com mais pontos (387), maior número de 12 pontos recebidos na final (atribuídos por 16 países) e maior margem de pontos face ao 2º classificado.
A participação da Noruega desde 2004 mostra essa inconsistência: uma vez em último lugar, uma vez em 1º, 6 vezes na final e 2 afastado, incluindo o ano passado (apenas graças aos júris internacionais que colocaram a música "Haba, Haba" de Stella Mwangi em 17º lugar, enquanto que no televoto conseguiu o 9º lugar - aliás, se houve ano em que o televoto divergiu em muito das votações dos júris foi 2011).
Depois do fracasso da prestação do ano passado, que levou  muitas pessoas incluindo (o que é mais chocante) noruegueses a comentar os vídeos do youtube onde mostrava a prestação da Stella, com comentários dizendo que ela não era norueguesa devido à cor da pele, e por isso não devia representar a Noruega, e que devia ir para África comer bananas, entre outras coisas piores. Resumindo: autênticos actos de cinismo e mesquinhez. Quando ela foi seleccionada para representar a Noruega, recebeu o 1º lugar tanto do júri como do público. E se ela tivesse ficado no TOP5 na final da Eurovisão duvido que os noruegueses que a levaram para lá, tivessem a mesma opinião sobre a diferença de pele entre a Stella e a população de ascendência puramente norueguesa. E convém relembrar que estamos no país mais desenvolvido do mundo. Só mais um aparte: Portugal, considerado agora como um dos "doentes" e mais "atrasados" da Europa e do mundo desenvolvido, não só teve muito orgulho em levar à Eurovisão artistas de etnia africana, como ficou muito bem classificado numa dessas vezes (estou a falar do 8º lugar da Sara Tavares em 1994, com a música "Chamar a Música" que se tornou um dos Greatest Hits de Portugal na Eurovisão: ainda hoje é muito conhecida e muito cantada e difundida na rádio).
Como ia dizendo, depois do fracasso do ano passado, a Noruega apostou este ano em algo muito diferente. O representante é o jovem cantor Tooji, com a música "Stay". Bem gostaria de não comparar ao Eric Saade (concorrente da Suécia na edição do ano passado), mas não consigo começar de outra maneira. Ambos têm raízes no médio oriente (no caso do Eric o pai é Libanês, e no caso do Tooji, ele ainda nasceu no Irão).
Ambas as músicas são completamente viradas para o público jovem, e são interpretadas por cantores que provocam muitos suspiros entre o público feminino (heterossexual) e provavelmente entre o público masculino homossexual também.
Concentrando-me mais em Tooji e na sua música, é fácil constatar que esta era óbvio que fosse esta a música vencedora, mesmo sem analisando com muito detalhe a concorrência. Tudo na performance foi pensado e trabalhado ao pormenor: desde o ritmo e melodia, aos bailarinos e coreografia. E a Noruega tem a vantagem de Tooji ter uma voz mais trabalhada e afinada do que Eric (talvez por ser mais velho), e a própria tonalidade permite que o cantor mantenha a voz num registo confortável. E além disso, a letra não é tão simplista como do artista da Suécia, o que certamente não irá desagradar tanto aos júris.
Claro que Tooji teve uma vitória esmagadora no televoto. Quanto ao juri, apenas lhe atribuiu o 2º lugar. A canção vencedora para o júri foi "Somewhere beautiful", uma balada muito bem interpretada por Nora Foss al-Jabri, uma cantora nascida no Iraque (já são demasiadas coincidências!!!) com apenas 16 anos (feitos apenas dia 29 de Janeiro). A vitória de Nora com pouca diferença, e a esmagadora vitória de Tooji no televoto, não lhe deram qualquer hipótese de ganhar.
Não duvidando dos dotes vocais de Nora, a música "Stay" garante mais facilmente um lugar na final, e uma boa classificação. Da parte do televoto, apesar dos países que mais votos têm atribuído à Noruega, participarem e votarem quase todos na outra semifinal (com excepção apenas da Suécia e da Estónia), dificilmente o país não ficará no TOP3. Uma não passagem à final só seria possível se os júris atribuíssem quase zero pontos à Noruega. Mas pelo que vejo até agora na semifinal onde a Noruega vai concorrer, ainda não apareceu concorrência com capacidade de retirar o 1º lugar a Tooji, pelo menos no televoto.
Apesar de todas as críticas que possam ser feitas, é uma grande aposta, deste país da Escandinávia.

ALEMANHA E ROMAN LOB
Passemos agora ao país anfitrião do ano passado, e o 3º país a quem Portugal deu mais votos desde 1975.
Depois dos sucessos de 2010 (1º lugar) e de 2011 (10º lugar) ambos conseguidos pela cantora Lena Meyer-Landrut, a escolha deste ano, a música "Standing Still" interpretada pelo cantor de 21 anos Roman Lob,  pode parecer um pouco fraquita ou pelo menos mais "apagada".
Mas ouvindo melhor, podemos constatar que a escolha não foi assim tão má, como foi a melhor escolha face à concorrência existente. A segunda classificada, Ornella de Santis com a música "Quietly" para além de também ser uma balada, e ser muito bem cantada, infelizmente não tem o poder de ficar tanto na memória como a música vencedora (mas seria uma óptima escolha para um filme da Disney).
A música vencedora é do género de música que se poderia ouvir num festival de verão. Apesar do estilo de balada, ao contrário de outras selecções já feitas para este ano, esta música não só fica mais no ouvido, como tem bem presente uma certa conotação com o estilo pop-rock. Tanto a melodia como a letra mostram que estamos perante uma música com alguns ingredientes para ter sucesso no festival.
E estamos na presença de mais um exemplo de um artista que certamente agradará ao grupo feminino e gay.
Sendo a Alemanha um dos países que tem o "privilégio" de ir directamente para a final visto que paga para tal (e se não o fizesse, os maus resultados que apresentou entre 2005 e 2009 fazem-me ter a certeza de que a Alemanha muito provavelmente já teria falhado várias vezes o apuramento para a final).
Como o 26º lugar ninguém lhe tira, uma boa classificação dependerá da concorrência existente.

Boa sorte para ambos os países!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Vem ai um calendário novo?

Parece que o nosso governo quer fazer algumas alterações no actual calendário. Não, não vai alterar a data de inicio de cada estação, nem vai mudar os nomes dos dias do fim-de-semana. A proposta é de redução de 4 dias no número total de feriados. A proposta do Governo recai sobre os seguintes feriados:
- 2 civis: 5 de Outubro e 1 de Dezembro
- 2 religiosos: Corpo de Deus e Assunção da Virgem Maria

Apesar das boas intenções que o Governo possa ter, a ideia não é das melhores soluções que o governo poderia aplicar.
O argumento utilizado é a necessidade de o país aumentar a sua produtividade. Ora, faz parte dos conhecimentos elementares de Economia que, o aumento do numero de horas não implica necessariamente um aumento da produtividade.
Quanto muito o aumento dos dias de trabalho poderá aumentar a produção.
Uma definição muito "grosseira" de produtividade, diz-nos que a produtividade é a quantidade de bem ou serviço produzido num país, dividida pelo conjunto dos empregados e pelas horas por si trabalhadas.
Claro que uma definição completa e rigorosa, poderia incluir várias varáveis e factores endógenos e exógenos não só ao próprio trabalhador, como à própria entidade empregadora.
Mas para aquilo que eu quero mostrar aqui, esta definição chega. Ora, não é pelo facto de se trabalhar mais horas que um trabalhador vai produzir mais por hora, ao ponto de aumentar este rácio.
Aliás, pode muito bem reduzir a sua produtividade, devido a vários factores como a motivação e o esgotamento físico e psicológico.

De facto, o problema de Portugal assenta muito na baixa (e às vezes inexistente) produtividade. Mas a solução, nunca passará pela redução dos feriados.
Não sendo uma medida apontada directamente pela troika (pelo menos que eu saiba), isto é obviamente mais uma medida que o nosso Governo arranjou para mostrar que consegue fazer mais do que aquilo que lhe é imposto do exterior. Não duvido que não agrade, não só à troika e à Alemanha, como a muitas outras entidades (incluindo as agências de rating). O único problema, é o errado argumento que foi arranjado. Aliás, qualquer argumento teria que ser errado, porque nada nem ninguém pode justificar a extinção de 4 feriados.

Sim porque que eu saiba se eles existem, por algum é. E o argumento de estarmos num Estado laico, e por isso não faz sentido estarmos num Estado laico não tem qualquer cabimento.
Um Estado laico não é um, Estado que está contra a fé das pessoas, ou contra qualquer religião. É um Estado que respeita a confissão religiosa da maioria da sua população, e cria condições para uma relação de cooperação e respeito mútuo.

Quanto aos feriados, mesmo os que celebrem acontecimentos ocorridos há vários séculos (como o 1 de Dezembro que celebra a efeméride ocorrida a 1 de Dezembro de 1640), dizem respeito à História do país, que é única. O país de há vários séculos é o mesmo de agora.

O corte destes feriados, apenas vai servir como um atentado à História e tradições do país, bem como à qualidade de vida dos cidadãos.

E nem sequer vale a pena insistir muito no argumento que Portugal tem demasiado feriados. A Suécia e a Dinamarca, por exemplo, que são dos países mais desenvolvidos do mundo, têm exactamente tantos feriados  como Portugal. E não os tiveram só porque se tornaram desenvolvidos e assim já não era preciso os cidadãos trabalharem tanto!!!! Eles nunca foram extintos.

E que não se iluda quem pensar que, quando Portugal sair desta crise em que está mergulhado, que vai ter os feriados de volta.

A aprovação da extinção agora só se limita à aprovação de meras formalidades (como a aprovação pelo Vaticano da extinção dos feriados religiosos).
E deverão entrar em vigor já este ano, o que é mais uma falta de respeito para com os trabalhadores. E até com as próprias empresas que já têm os planos de negócios para 2012 feitos muito antes de 2011 acabar, e outras instiuições como escolas, hospitais, tribunais ou departamentos da administração pública, que têm que fazer uma nova gestão da afectação dos seus recursos humanos.

Não precisa de entrar em vigor para estarmos perante mais um dos graves "crimes" da Democracia em Portugal.



Eurovision: walking to Baku 2012! (II)

Leaving a little issue of the economic crisis, back to the theme of Eurovision, to comment further two choices for the Festival this year: from France and from Denmark.


FRANCE AND ANGGUN 
It has been noticeable since 2010 the effort of this country to get a good ranking in the festivalperhaps in part due to poor results that the country has achieved since 2003 (only in 2009 was in the Top 10more precisely in 8th place).
In 2010, the country has brought us a song full of rhythm and with a strong presence of African rhythms.
The music was really catchy and stay in the ear, hence the 8 th place in the televoting.Unfortunately, the vocal quality of the singer, Jessy Matador, compared with competitors left much to be desired, and so the vote of juris only gave France the 22nd place. The end result was only the 12th place.
It should be noted that when disclosing the name of Jessy Matador and the music he would interpret, television responsible for selecting said it was never expecting this song to win.

As last yeardespite being a style of music I enjoy listening to, I could only hear the music once, when he performed live at the Final. Not disregarding the singer's vocal qualities, the fact is that this music does not captivate me in concreteAnd apparently the international juries neither, because only managed 12th placeAlong with the 15th place with televoting (which was to admit it was a good ranking for a song that the public is not accustomed to seeing nothing at all in this type of festival), the end result was also the15th place.
We should remember that it was also appointed as a possible winner along with Azerbaijan, the United Kingdom and Ireland.


This year comes a bet a little different from previous ones. The artist is Anggunan Indonesian singer, 37 years old and naturalized Frenchwith the song "Echo (You and I)"Again the choice was in charge of France Télévision, the national public broadcasterOnce again being an internal selectionI can not make comments on other songs in the competition.
Regarding music, I confess that I had heard it several times to get to form an opinion.
It has some unexpected changes along the approximately 3 minutes long. I can not tell if it was the best choice possible (because there are no opponents), but I think the need to submit a song to impress and surpass all others and guarantee a good place in the final of Eurovision, the song resulted in a somewhat confusing in terms of rhythm and ends up not having a well defined style.
Since there was no an official public presentation (except one that circulates on the Internet, of the performance during the final selection in MaltaI confess that for me was neither good or bad), I can not analyze the performance of the artist. Howeverthe long and solid careerdo not make me doubt the musical gifts of Anggun.
However, given the already existing competition, just a good live performance that appeals to the jury, will guarantee a high rating. But since France is a country that is pay to go directly to the Final (something I'll never understand and accept), at least the 26th place is already secure.


DENMARK AND SOLUNA SAMAY
Now for Denmark, which does not fail a final of Eurovision since 2008, and in the last two years has managed to stay in TOP5: 4th place in 2010 (mainly due to televoting, which put the music on that 3rd place - for jury still managed a 7th place, which corresponded to the 4th place overall) and 5th place in 2011 (thanks only to judges who put the music in 3rd place, while in the televoting, only stayed for an unjust 18th place, which led the country to 5th place).
This year the chosen was Soluna Samay, the singer who, along with his band performed the song "Should've Known bettter." Se won the Dansk Melodi Grand Prix2012the festival of choice of song to represent the country at Eurovision this year in Baku.
After a first roundthe nine songs in the competition (after the disqualification of one of them), the Danish jury and the viewers selected the best 3.

These three were subjected to a second vote, this time also by viewers and a Danish jury, but this time including the boards of four European countries which also participate in Eurovision: Azerbaijan (which included the duo Ell & Nikki winner of last year edition), Germany (which included singer Roger Cicero, who represented the country at Eurovision in 2007), Norway (which included singer Alexander Ryback, who won the Eurovision in 2009 with the song that received the most points in the history of Eurovision) and Russia (with the country's representative in the 2011 editionAlexey Vorobyov).
Only the jury of Azerbaijan, Denmark and televoting attributed the victory to the winning song. The remaining foreign judges assigned the highest score to 2nd place (Jesper Nohrstedt with the song "Take Our Hearts").


Although I prefer the 2nd place, I can not stop praising the originality of the artist and the whole band. The music is also unusual, and a good performance combined with good voice quality probably will bring another success to this country of Scandinavia.


In both countries it is clear the effort to present good choices. However, perhaps as much excitement and so much effort can sometimes be too much.




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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (IV)

À medida que nos aproximamos do prazo final para cada país apresentar a sua representação para o festival deste ano, mais países seleccionam e/ou apresentam as suas representações. Aqui vão os meus comentários a mais duas escolhas.

HUNGRIA E COMPACT DISCO 
A participação da Hungria tem sido muito irregular, tanto quanto à assiduidade das presenças, como quanto à qualidade e classificação das suas prestações. A grande surpresa foi sem dúvida o ano passado, em que a música "What about my dreams?" interpretada por Kati Wolf e apontada por muitos eurofãs e especialistas nesta área como uma possível vencedora, ou pelo menos a ficar posicionada no TOP5 acabou inesperadamente em 22º lugar (mas convenhamos que a prestação ao vivo tanto na semifinal como na final... deixaram uma boa parte do público um pouco desiludido).
Este ano, também a Hungria nos traz uma escolha completamente diferente do ano passado. A escolha recaiu sobre a banda húngara "Compact Disco", fundada em 2008, com o tema "Sound of our Hearts". A música não é tão 'eurofriendly' como a da Kati Wolf, nem como algumas escolhas já feitas por outros países este ano. Por isso mesmo, tem ao seu lado a vantagem de ser um estilo mais original neste tipo de concurso. Não tenho nada de negativo a apresentar quanto à música, tanto a melodia como a letra. A banda tem um estilo muito próprio e cativante. E foi não só a melhor escolha de entre a concorrência, como uma óptima escolha. Se bem que, um dos segundos classificados, Gábor Heincz, com a música "Learning to let go" também seria uma óptima escolha: é ainda mais original do que a vencedora, é fresca, positiva e muito agradável ao ouvido.

Além disso, dos 5 países que deram mais pontos à Hungria (a Polónia, que foi o 2º país a dar mais pontos à Hungria, como não participará este ano, não é tida em conta), apenas a Suécia (que é o 4º país que deu mais votos à Hungria), não votará na semifinal em que a Hungria vai competir.
Mas nem tudo é um mar de rosas na escolha da Hungria. Se criticam a fraca pronúncia do vocalista dos Sinplus (a banda que vai representar a Suíça), o que falar do vocalista desta banda? E os problemas vão muito para além da pronúncia: para mim o que prejudica em muito esta performance é a fraca qualidade musical do vocalista. Até ao momento, acredito que o televoto coloque esta canção entre as 10 mais votadas para passar à final. Se o vocalista não melhorar drasticamente a sua performance, dificilmente conseguirão a mesma proeza por parte do júri.

ISLÂNDIA E GRETA SALÓME & JÓNSI
Esta foi até agora, para mim a escolha mais inesperada. Não quero com isto dizer que tenha sido uma má escolha. Foi até a melhor escolha de entre os candidatos que existiam. Quanto à concorrência mais directa, o 2º classificado, o grupo Blár Opál com a música "Stattu Upp", o aspecto positivo a apontar era a música (tanto a letra como a melodia): mais uma vez a prestação ao vivo e a fraca interpretação deitaram tudo a perder.
A escolha foi muito diferente do que o país nos tem apresentado nos últimos festivais. Mais um exemplo de uma música muito original neste tipo de festivais. Apesar de não ser grande fã deste tipo de música, reconheço a qualidade vocal dos intérpretes e tenho a certeza de que poderão ter uma boa performance ao vivo no festival. E é visível a paixão que ambos entregam à música, e conseguem criar um ambiente musical muito agradável.
Ao contrário da Hungria, esta música tem mais hipóteses de agradar mais ao júri do que ao televoto. Dos 10 países que até agora mais pontos deram à Islândia desde 2004, votarão nesta semifinal a Dinamarca, a Finlândia, a Hungria e a Espanha.
Face à concorrência existente, também algumas "arestas" precisam de ser "limadas" para uma boa prestação.

Boa sorte para ambos os países.






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