segunda-feira, 30 de abril de 2012

Eurovision: walking to Baku 2012! (XV)

I will now speak of two neighboring countries, both geographically and in terms of votes. This tendency to vote between the two countries is already very close to the trend of voting between Greece and Cyprus.


Romania and Mandinga 
I begin by talking about the country, both, is the longest in the contest. The participation of Romania in the beginning was not very lucky or very regular. Since the entry in 1993, returned to participate in 1998, 2000 and from 2002 has participated every year. Until 2004, there is only one highlight 9th place in 2002 and a 10th in 2003. Although in 2005 also have been in 3rd place, and have reached the first place in the semifinal, the best for me was the participation of Romania in 2010, where he also reached the 3rd place.
This year, this Eastern European country brings us a very lively music: indeed, the whole perfromance the national selection, broke in rhythm and energy from beginning to end. In addition to singing, all other elements of the band, with instruments and their interpretation constitute an added value that greatly enrich the whole interpretation.



As for opponents, despite being in 2nd place, I do not think the band Electric Fence was a good alternative. Regarding the 3rd place, the singer Cătălin Josan, with the song "Call My Name" could be a good alternative, despite being a very different genre of music winner.


Despite not having anything bad to point to the singer's vocal qualities, I think this is a song that will appeal much more to televoting than to juries. In fact, if the interpretation in the contest is at least equal to the the national selection, this song will easily be in the public memory in time to vote.
Of the countries that tend to give more points to Romania, will vote it in the same semifinal, Moldova, Spain (the more likely it is that the two countries give 12 points to Romania), Israel, Cyprus and Russia.

Moldova and Pasha Parnefi
I turn now to the next door neighbor, who debuted much later, only in 2005, just with a 6th place and, with the exception of 2008, never failed a final. In addition to the debut year, has again been in the Top 10 (precisely in the 10th place) in 2007.
Portugal is now the 2nd country that gave more points to Moldova.
Like Romania, Moldova also brings us this year a song full of rhythm, which is clearly visible mixture of traditional and modern rhythms.

With the title "Lăutar", this song also has a positive and very relaxed message. Might be better to change the dancers on stage, the clothes and a little in choreography, because in my view these are the weaknesses of this music.
However, the winning song wasn't the mosted voted by the public, who preferred the 2nd ranked, the singer Cristina Croitoru with the song "Fight for Love." Despite the vocal qualities of the singer (who also do not understand why only got four points from the jury), the winning song was in fact the best choice because it's time to vote will be easier in the public memory.


The Moldovan national final this year was also marked by the return of Geta Burlacu, 37 years old, who represented the country in 2008, and so far the only time the country was not the final. Perhaps because of this she has been among the songs that did not receive any points from the public, receiving only seven points from the jury.


Apart from Romania, in the semifinals this year, among the countries that tend to give more points to Moldova, will only Russia. But Moldova is a country with a significant diaspora in several European countries, and this is music that appeals to the public, may be a number of countries both East and West that could give hope to Moldova.







Good luck to both countries!




sexta-feira, 27 de abril de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (XXII)

E eis que finalmente chego ao meu último comentário sobre os países que vão participar na edição deste ano da Eurovisão. Deixei a Espanha para o fim, não porque optei por deixar o melhor para o fim: antes pelo contrário!



Espanha e Pastora Soler
E eis que finalmente falo do nosso único vizinho, tanto geograficamente como, obviamente, na Eurovisão. Portugal é o país que mais votos lhe tem dado e, depois do interregno entre 2005 e 2009, esta vergonhosa tendência veio para ficar, mesmo que Portugal continue a receber meras "migalhas" deste país. Aliás, analisando os votos desde 1975 até 2011, Portugal nem sequer está entre os 5 países a quem Espanha deu mais votos.
Mas claro que o complexo de inferioridade que os portugueses parecem ter em relação a Espanha, derruba qualquer um destes argumentos.

É óbvio que pode ser usado o argumento de que Portugal não é o único que faz voto político na Eurovisão. Isso de facto é verdade: mas o que também é verdade é que Portugal é o único que não sabe fazer voto político.
Existem casos muito semelhantes ao português, de países que constantemente atribuem ou 12 pontos, ou lá perto, ao mesmo país. Estou a falar do tão afamado caso do Chipre, que parece que a partir de 1996 reservou os seus 12 pontos para a Grécia, e do caso da Moldávia, que sempre deu os seus 12 pontos à Roménia, e a Arménia que os pontos mais baixos que deu à Rússia foram 8 pontos o ano passado. Mas agora analisemos a contrapartida. Sempre que a Grécia vota na mesma semifinal que o Chipre, e sempre que o Chipre vai à final, é mais que certo que a Grécia vai-lhe retribuir os 12 pontos (como aliás deve acontecer agora em 2012). Apenas em 2008 e em 2010 a Roménia atribuiu menos do que 12 pontos à Moldávia (em ambos os casos 10), e apesar de a Arménia não ter ficado sempre no TOP3 dos votos da Rússia, é deste país que a Arménia tem recebido mais pontos.
Infelizmente, não se pode dizer o mesmo de Espanha em comparação com Portugal.

Convém aqui referir o percurso tão peculiar que a Espanha tem feito na Eurovisão, fora das suas actuações. Se há país que tem aproveitado o seu estatuto de membro do BIGFive para fazer o que bem lhe apetece, sem dar a mínima importância a qualquer violação das regras, esse país é sem dúvida a Espanha.
Recuemos até 2009. Mesmo estando directamente na final, todos os membros do então BIGFour são obrigados a transmitir em directo pelo menos uma semifinal, e a votar nela. Todo o processo de afectação de cada participante e cada votante para as duas semifinais é feito no início do próprio ano em que decorre o Festival, para evitar qualquer constrangimento ou imprevisto.
Pois bem, ficou definido na altura que a Espanha iria votar na primeira semifinal, onde participavam Portugal e Andorra.
No entanto, por razões que só esse país sabe, muito mais tarde acabaria por trocar a sua votação para a outra semifinal em virtude de transmitir um documentário sobre a Eurovisão (que não era em directo, mas que tinha que ser "obrigatoriamente" transmitido à hora da primeira semifinal!!!!). Por isso, logicamente que teria que transmitir em directo e votar na segunda semifinal. Acontece que a emissora espanhola responsável pela transmissão da Eurovisão já tinha agendada HÁ MUITO TEMPO, a transmissão em directo o torneio de ténis "Madrid Open". Assim, a segunda semifinal foi transmitida com um delay de 66 minutos, existindo apenas a votação do júri.

Um porta-voz da comitiva de Andorra veio logo dizer que tudo isto não passou de uma estratégia da Espanha para evitar que o país atribuísse pontos tanto a Portugal e a Andorra, e assim talvez não conseguissem passar à final e assim seriam menos dois obstáculos ao sucesso da música Espanhola. E disse que não precisava dos 12 pontos de Espanha para passar à final. E de facto acertou: mesmo que Espanha lhe tivesse entregue os 12 pontos, Andorra não conseguia passar à final.

É verdade que isto pode parecer uma "mania da perseguição" por parte de Andorra e até de Portugal, cuja comitiva também protestou contra estas decisões e contra-decisões de Espanha. Mas a verdade, é que até hoje a Espanha não apresentou nenhuma razão que justificasse a sua atitude.
Felizmente que na final desse ano, houve um boicote quase total por parte dos júris internacionais à música espanhola (que da parte dos júris arrecadou apenas o 25º lugar com 9 pontos), como protesto face ao comportamento da Espanha. Felizmente que o júri português participou no protesto, o que impediu que Portugal desse mais do que 7 pontos à Espanha. Aliás, também se sentiu um pouco no televoto, pois apenas em Portugal, a canção espanhola foi a mais votada. É verdade: apesar de Andorra ter dado os 12 pontos a Espanha, isso foi graças também ao júri (que provavelmente teria alguns espanhóis como membros do júri, e talvez até portugueses - sim porque neste tipo de concursos, a maior parte dos portugueses preocupa-se em primeiro,e por vezes único, lugar com o sucesso de Espanha), porque os 12 pontos do televoto foram para... Portugal (que não sendo pontuado pelos membros do júri, acabaria por receber apenas 6 pontos).

No dia seguinte à final de 2009, foi publicado no jornal "El Mundo" que a RTVE (a emissora espanhola que transmite a Eurovisão), arranjou estes problemas e este atraso na transmissão da segunda semifinal de propósito, para evitar que a Espanha ganhasse pois, não teria capacidade para sediar a edição de 2010 em Espanha. Bem... tanta humildade e falta de presunção... deixou-me por momentos sem palavras. Estamos perante um caso único que merece ser um marco da História da Eurovisão: um país que antes de começar o concurso tem a certeza que vai ganhar e faz tudo para impedir que tal aconteça.

Isso provou que, Portugal foi o único país que se comportou nesse ano como uma criança ingénua. E continua a comportar-se ao ter atribuído em 2010 e 2011, os seus 12 pontos a Espanha.

Por mais que eu não tivesse gostado da participação dos Homens da Luta na Eurovisão, eles estiveram longe de ser o momento mais vergonhoso da participação portuguesa na edição de 2011 deste festival. O momento mais vergonhoso foi durante a votação portuguesa quando a Joana Teles, depois de ter anunciado os 10 pontos para a Itália, se ouvir por toda a arena o nome de Espanha, a comprovar a previsibilidade da votação espanhola. Mais do que apresentar más escolhas musicais, a pior coisa que pode acontecer a um país a tornar-se previsível: perde qualquer interesse.
Além disso, existem países que até atribuem alguns pontos a Portugal, mesmo sem contar com a diáspora, como o caso da Islândia - ou até mesmo os países que nos dão muitos votos pela diáspora -  que poderiam muito bem ser muito mais pontuados por Portugal, do que Espanha.

Este ano, ainda durante o mês de Março, já a Espanha tinha aprontado das suas. Ainda a música sueca não tinha ganho o Melodifestivalen, e já tinha sido usada em Espanha num anúncio de promoção a uma nova temporada da Série Gossip Girl. Obviamente que isso é uma grave violação das regras sobre a utilização de músicas que se encontram em algum concurso, e que obviamente não podem ser utilizadas fora do contexto do programa.

A última vez que li alguma coisa sobre esse assunto, a Suécia estava a pensar mover uma acção contra a Telecinco. De facto, talvez o hábito de usar e abusar de Portugal a seu belo-prazer tenha feito que a Espanha julgasse que pudesse fazer o que quisesse seja com que país fosse.

Quanto à música deste ano, é sem dúvida melhor do que as que o país levou anteriormente ao festival (se bem que já não me lembro do último ano em que a Espanha levou uma música minimamente aceitável à Eurovisão - deve ter sido antes de ter nascido), com uma cantora com uma voz sólida e razoavelmente potente, e desta vez está mais perto do que nunca de merecer os 12 pontos de Portugal.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

25 de Abril de 1974: 28 anos depois!

Bem, mais um ano que se passou, e estamos nós novamente a celebrar uma coisa que para mim, neste momento em Portugal só existe em teoria: a Democracia!

É a primeira vez que se assinala esta data, desde que existe este blogue. Por isso, ao fazer a minha análise dos 38 anos, vou antes descrever muito sucintamente o que se passou nesse dia tão "especial" da História Contemporânea Portuguesa.


1974: A madrugada de 25 de Abril
A História é sobejamente conhecida (ou pelo menos devia ser!!!!). Foi na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 que as forças armadas, rapidamente apoiadas pela população civil, desencadearam uma revolução para derrubar um dos regimes ditatoriais mais longos da Europa Contemporânea.
Não houve mortes nem as típicas destruições que associamos às quedas de regimes políticos, e que enchem as páginas dos jornais e abrem os noticiários quase diariamente.

Há apenas dois símbolos associados a esta revolução: as músicas "E depois do Adeus" de Paulo de Carvalho, ainda às 22h55 de dia 24, que soou na rádio "Emissores Associados de Lisboa" e "Grândola Vila Morena" de Grândola Morena, já às 0h20 do dia 25 no programa "Limite", e que serviram de código para os soldados fiéis à revolução espalhados por vários quartéis ao longo do país, poderem avançar, e o cravo, que foi uma ideia espontânea mas que foi distribuída a todos os soldados para colocarem nas suas espingardas - cravos em vez de balas.
O Quartel-General da Região de Lisboa no Largo do Carmo, tornou-se o centro de toda a revolução.
Também o aeroporto e outras vias principais de comunicação (incluindo as linhas telefónicas), foram estrategicamente tomadas pelas forças revoltosas.
O controlo das emissoras televisivas permitiram que logo às 4h26 da manhã o MFA anunciasse o triunfo da revolução pela RDP.

De facto, tudo não passou de estratégias militares. O regime caiu rapidamente.

O antes e o depois
Depois da desilusão da primavera marcelista que afinal se revelou um verdadeiro prolongamento do inverno salazarista, a depois apelidada de revolução dos cravos, foi festejada efusivamente por todo o país. O povo acreditava que todos os seus problemas iriam acabar:
- abolição da censura e do controlo da liberdade de expressão;
- resolução do problema colonial;
- extinção da PIDE e de todas as formas de repressão política;
- implementação de um regime democrático a exemplo da maioria dos países da Europa Ocidental;

Todo o povo pretendia que as suas reivindicações fossem atendidas.
De facto, os governos que se foram sucedendo ao longo da Democracia Moderna em Portugal, em nada se assemelharam ao regime do Estado Novo: tinham prioridades e formas de governar completamente diferentes.
Nesta altura foi criado algo que antes não existia: o Estado Social. Todos os governos democráticos conseguiram disponibilizar acesso universal e gratuito (ou quase) para bens considerados essenciais, para a maioria da população: educação, saúde e justiça.
As reivindicações dos trabalhadores foram praticamente todas atendidas: os salários aumentaram, foi concedido o direito à greve, e criadas várias leis de protecção no emprego e no desemprego.
A liberdade de expressão foi totalmente implementada: acabou a censura nos meios de comunicação e as perseguições por motivos de opinião.
Foram também criadas todas as estruturas políticas e institucionais de um regime democrático e pluralista.
Quanto às relações com o exterior, em poucos meses se desencadeou todo o processo de descolonização de Timor-Leste e das colónias africanas, e iniciou-se o processo de adesão à CEE, naquela altura (e até recentemente) vista como a ponte para o desenvolvimento de Portugal, que o colocaria entre os mais desenvolvidos do mundo.
Também a abertura ao exterior permitiu a entrada de marcas, produtos, modas, comportamentos e atitudes que vigoravam nos restantes países da Europa Ocidental.

Os portugueses acreditaram que os seus sonhos de um futuro melhor quase perfeito estava finalmente prestes a realizar-se.

38 anos depois... o país que temos
Não fosse a última década, e eu teria ficado por aqui.
Estamos no dia 25 de Abril de 2012 e eis o cenário que está à nossa frente: um país totalmente endividado, a receber ajuda e intervenção estrangeira directas para resolver os seus problemas estruturais, como se fosse um país de terceiro mundo que só agora tivesse acordado para a vida.

Mas afinal o que se passou? Quem tem a culpa? Poderia ter sido de outra maneira?
É inegável o esforço de criação de um Estado Democrático e Social, dos mais generosos de toda a OCDE e onde mais se respeitam as liberdades e direitos individuais. As nossas leis e instituições de protecção do indivíduo e de garantia do seu bem-estar são muito mais perfeitas do que grande parte da população pensa. São das melhores de todo o mundo desenvolvido.
E os gastos dos sucessivos governos nestas matérias dão a entender que as prioridades estiveram sempre bem definidas e uma boa parte das decisões políticas foi bem tomada.

O único problema foi a altura e que isso aconteceu. Todo o desenvolvimento de Portugal deu-se durante décadas em que o país atravessou períodos de estagnação ou até recessão económicas, intercalados por breves períodos de algum crescimento económico.
O grande boom económico ocorreu entre a II Guerra Mundial e o início da primeira crise petrolífera.
Portugal teve taxas de crescimento comparáveis apenas à Espanha e aos países do Sudeste Asiático. Foram cerca de 30 anos de verdadeiro milagre económico que surpreendeu a Europa e todo o mundo. E por incrível que pareça, isso provocou algumas transformações substanciais na estrutura populacional portuguesa e nos seus hábitos e comportamentos. Também foi nesta altura que Portugal percebeu a importância de fazer parte do projecto europeu, ao ser um dos fundadores da EFTA em 1956.
Também se deu um esforço de alfabetização com a criação de milhares de escolas primárias pelo país, que hoje é difícil perceber este grande esforço.

Mas claro que o Estado Social continuava inexistente, a exemplo de todas as liberdades e garantias de bem-estar. E o problema da guerra colonial só veio piorar a situação.

Com a revolução, vieram épocas muito problemáticas para a economia portuguesa:
- a perda das colónias e de todos os recursos que Portugal de lá retirava (se bem que muito abaixo do seu potencial);
- a reestruturação económica e os pesados custos dos dois programas de ajustamento levados a cabo pelo FMI;
- a explosão salarial que aumentou consideravelmente os custos de produção;
- as crises internacionais que agravaram a economia portuguesa que estava muito mais exposta às oscilações da economia internacional;

Nada disto era terreno favorável para a criação do Estado Social e Democrático. Enquanto que as grandes potências da Europa Ocidental construíram as suas estruturas democráticas e sociais após a II Guerra Mundial quando apresentavam altas taxas de crescimento, Portugal só o fez na época de maiores problemas económicos.

Resultado: entre a II Guerra Mundial e o 25 de Abril Portugal convergiu para a média da Europa Ocidental apenas a nível económico, e a partir daí apenas convergiu do ponto de vista institucional (democrático e social), verificando-se até uma contínua divergência do ponto de vista económico com a média da Europa Ocidental.

E aqui estamos novamente a sonhar com um futuro melhor, se bem que desta vez com menos ideias sobre o que se pode resolver do que há 38 anos atrás. Parece que já não conseguimos fazer mais esforços... mas eles são precisos.
Aproveito para partilhar uma ideia mais patriótica: se olharmos para a nossa História menos recente, vemos que os nossos antepassados, que pisaram este mesmo território, foram verdadeiros exemplos de luta e triunfo na adversidade. Sempre fomos um país "continentalmente" pequeno, e com os recursos que temos, ninguém no seu perfeito juízo julgaria que seriam capazes de fazer tudo o que fizeram.
Isto é a prova de que o país vai para além da classe política, e que estamos a enfrentar mais um período que  só a união do povo português consegue ultrapassar.

E agora, fica aqui o filme que retrata essa data tão marcante (positiva ou negativamente) para nós.


                   

sábado, 21 de abril de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (XXI)

Faltam-me pouquíssimos países para comentar. Aqui está o meu comentário a mais duas escolhas.

Montenegro e Rambo Amadeus
E após uma ausência de dois anos, este país dos Balcãs está de volta. Depois de ter participado enquanto Sérvia e Montenegro em 2004 e 2005, alcançando o 2º e 7º lugares respectivamente, das três vezes em que participou como país independente Montenegro nunca alcançou a final, sendo o melhor lugar um 11º em 2009.

Este ano será Montenegro que terá a honra de abrir a 1ª semifinal, e para todos os efeitos inaugurar a série de músicas a concurso, com a música "Euro Neuro", interpretada pelo cantor de 48 anos, Rambo Amadeus.
E estamos perante mais um caso de uma música muito cómica. Não havendo nenhuma
versão ao vivo - pelo menos oficial - vou-me basear no vídeoclip oficial. Todo o vídeo é hilariante, tanto como a letra e a mensagem. Estamos perante um exemplo da expressão "A brincar se dizem as verdades".

Não duvidando que Rambo Amdeus possa ter uma boa qualidade vocal, a verdade é que esta música não deixa transparecer os dotes vocais do artista. E este é  mais um caso de uma música que será muito difícil encontrar uma interpretação ao vivo digna de... tamanha música.
Certamente que esta música irá agradar mais ao público do que aos júris que a deverão colocar entre as menos votadas.

Infelizmente para Montenegro, o único vizinho que vai ter a votar na mesma semifinal em que ele vai participar, será a Albânia, que nem sequer é dos países que mais pontos lhe tem dado. Todos os outros vizinhos dos balcãs estão na 2ª semifinal (a mesma que Portugal).
Não acreditando que passe à final, uma coisa pelo menos é certa: a Eurovisão 2012 vai começar da maneira mais hilariante possível: é que ao contrário de outras "comédias" a concurso este ano, esta não é tão irritante nem presunçosa.

Israel e Izabo 
Vou agora falar de um país que conseguiu deixar uma marca muito própria e distinta na Eurovisão, apesar de o seu último grande sucesso ter sido o 4º lugar em 2005.
Israel ficou famoso por várias das suas participações, sobretudo pela vitória da artista Dana Internacional em 1998, o primeiro transexual a ganhar o concurso (num ano em que praticamente todos os países se basearam no televoto para escolher o seu preferido), o que veio reforçar a grande ligação deste concurso com a cultura LGBT.
Essa foi a terceira e última vitória de Israel. No entanto, desde a introdução das semifinais em 2004, apesar de nunca ter atingido o TOP3 tem obtido classificações razoáveis (apenas falhou a qualificação em 2004, 2007 e 2011).

Desde 1975 que Portugal é o 4º país que mais votos deu a Israel, se bem que essa tendência está a alterar-se pois desde a introdução das semifinais que Portugal não está entre os 11 países que mais votos deu a Israel.

Depois do fracasso do ano passado, em que não conseguiu a passagem à final, estando a ser representado precisamente pela Dana Internacional (foi a primeira vez que um vencedor regressou à Eurovisão e não conseguiu passar à final), este ano o país aposta numa banda, Izabo, e num tema bastante original, Time.
Como a escolha da representação ficou a cargo da emissora israelita IBA, vou apenas me concentrar na escolha apresentada (visto não existir concorrência).

Apesar de não ser das músicas que mais gosto, reconheço que estamos perante mais um caso de uma música bem cómica, com uma identidade bem própria e original na edição deste ano. No entanto, não caiu nas graças da maioria do público, a julgar pelas votações e comentários dos vídeos da performance no youtube e em vários sites e blogs. Ainda assim, apesar de não haver uma apresentação a vivo, pelo menos oficial, não acredito que esta música seja mais votada pelos júris do que pelo televoto.
De facto as qualidades do vocalista são apenas medianamente boas.

Dos países que mais votos costumam dar a Israel e que estarão na mesma semifinal que ele, são a Finlândia,  a Bélgica, a Roménia e a Albânia.



Boa sorte para ambos os países!!!






Who do you think should go to the final of Eurovision? Go HERE and give your opinion.   

MADE IN CHINA (I)

Porque a China é o que está a dar, começo aqui uma série de mensagens em que vou falar sobre o que se está a passar na China (ou pelo menos aquilo que deixa transparecer para o exterior) e aquilo que a China está a fazer pelo mundo.
Vou começar aqui uma série de mensagens (ainda não sei bem quantas serão, depende do que for surgindo e que eu ache importante colocar aqui), sobre a realidade chinesa. Inicialmente vou-me concentrar só no país, e depois na sua relação com o resto do mundo.




A China é um país muito heterogéneo em todos os aspectos. É o terceiro em termos de extensão, e o mais populoso. No entanto, 96% da população encontra-se no Sudeste do país que só representa 36% do território. Em 2010 a população total era de 1.341 biliões de indivíduos (nem vale a pena tentar contar os "Portugais" que cabem aqui), mais 7 milhões do que em 2009 (e convém não esquecer que ainda está - e estará - em vigor a política do filho único, que só muito recentemente foi retirada - ainda com certos limites - em algumas zonas específicas, mas muito pequenas, do território). A política do filho também alterou profundamente a estrutura etária da população chinesa: em 2010 mais de 70% da população encontrava-se na faixa etária dos 15-64 anos e, apesar da população com mais de 65 anos aparecer só em 3º lugar, esta já representa 8% do total da população.

Do ponto de vista económico, do total da população 819.5 milhões estavam empregados em 2010, e só nesse ano foram criados mais 11.6 milhões de novos postos de trabalho do que em 2009.
22.3 milhões são estudantes, e em 2010 saíram das universidades chinesas 5.7 milhões de licenciados. Apesar de ser ainda uma percentagem ínfima da população portuguesa, a China tem sabido aproveitar todo este capital humano que possui, através da criação de inúmeros centros de investigação (1200 em 2010), e o registo de quase 400 mil patentes.

Continuando a analisar a demografia da China, podemos constatar que 47% da população já vive em meios urbanos, um número que em breve vai aumentar muito, pois o Governo Chinês prevê a criação de cidades de tamanho médio inicialmente apenas no centro do país, de forma a combater esta excessiva concentração na zona costeira, e reduzir as desigualdades económicas e sociais entre o litoral e o centro e interior do país.

A nível climatérico, sendo um país tão extenso, na China podem-se encontrar vários tipos de clima. Esta heterogeneidade também se verificada a nível de dialectos: de facto o chinês enquanto língua não existe, porque é uma mistura de muitos dialectos que ainda  têm diferenças substanciais entre si.
A nível administrativo, o país é composto por 22 províncias, 4 Municípios, 5 regiões autónomas e 2 regiões administrativas especiais (Macau e Hong-Kong).

Todas as regiões chinesas podem ser comparadas a nível de PIB per capita em paridade do poder de compra, a um país. Por exemplo, tanto a província de Shandong como Jinagsu têm o mesmo PIB per capita em PPP da Suíça, a província de Zhejian o mesmo que a Áustria e a pequena região de Macau, o mesmo que o Panamá.

Todos estes indicadores indicam que existem muitas diferenças a nível económico e até certo ponto político, entre as várias regiões, o que não torna fácil o contacto dos empresários ocidentais com o mercado chinês.
A competição entre regiões e o proteccionismo, dificultam ainda mais esse contacto, e constituem um encargo adicional para o Partido Comunista que tem que assegurar que são cumpridas cláusulas da Organização Mundial de Comércio.

Apesar de uma boa fatia da população ainda não ter acesso aos mais modernos aparelhos tecnológicos, sendo o país mais populoso do mundo, é suficiente para que a China seja o país com a maior rede tecnológica do mundo, e nível de meios e vias de comunicação para lá caminha.

Mas recuemos um pouco para o passado. Não é só desde os finais do século XX que se houve falar da China como centro geo-estratégio importante no quadro internacional. Desde a antiguidade, que a China sempre foi uma civilização muito evoluída e, muitas das invenções e descobertas quando chegaram ao Ocidente, já tinham séculos de existência na China. Infelizmente quando os Ocidentais chegaram à China na altura dos descobrimentos, a sua visão de superioridade face ao resto do mundo, fê-los ver a civilização chinesa (como muitas outras), não como mais próspera do que a Europeia, mas sim como exótica e excêntrica.
A verdade é que, a China sempre se apresentou por um país muito fechado ao exterior. Mesmo a chegada dos ocidentais, não alterou nada a situação, acabando por ser mal recebidos e expulsos do país.
A título de curiosidade, os Missionários que naquela altura iam para a região asiática, acabaram por entrar e viver na China como clandestinos.
Portugal conseguiu ver uma vantagem e estabelecer uma relação mais favorável com a China. Estando de relações cortadas com o Japão, Portugal serviu durante muitos anos de intermediário comercial entre a China e o Japão comercializando os produtos que cada um necessitava.

No entanto, fora este e outros casos esporádicos, a China continuou até meados do século XX como um país muito fechado, recusando todas as investidas do Ocidente, e até dos vizinhos asiáticos.
Até que, nas últimas décadas do século XX, fruto de vários factores (políticos e económicos) a China começou a abrir-se ao exterior, culminando com a adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, o que significou uma ruptura total com a política seguida até então pela China.
A adesão da China à OMC foi talvez a que mais impacto criou no sistema comercial do mundo. É verdade é que nunca foi tão fácil para os empresários estrangeiros estabelecerem relações comerciais e fixarem as suas unidades de produção na China (apesar de ainda se manterem sobretudo na zona costeira).
E para a maioria das empresas que fixaram algumas das suas unidades de produção na China, foi apenas este país que conseguiu atenuar os efeitos da recessão sobre elas, pois é o país de onde conseguem obter mais lucros.

Mas engane-se quem pensa que a China deu uma volta de 180º face à política anterior e agora está completamente aberta, e que as empresas podem "invadir" o país a seu belo-prazer.
Toda esta mudança na relação com o exterior foi fruto de uma estratégia política cuidadosamente pensada. Além disso, o Partido Comunista Chinês continua a ter um papel fortemente interventivo em toda a actividade económica.
Não é pelo facto de se ter aberto ao exterior que o regime político se tornou mais democrático. Aliás, o regime chinês não cabe nas nossas concepções (ocidentais) nem de Democracia nem de Ditadura. E está longe do comunismo soviético, e também se começa a afastar um pouco do comunismo popular do tempo de Mao Tsé Tung.

O Dragão anda a mudar os seus hábitos!!!
Apesar de toda a abertura, o Governo chinês continua a seguir em muitos aspectos a linha dura dos seus antecessores. Os burocratas do Governo têm a seu cargo a elaboração e a aplicação das leis, que são criadas em nome da ordem social, política e económica. Sendo um regime de partido único, tudo o que emana do Partido Comunista tem um forte impacto em toda a vida do país.

Até finais dos anos 70 do século XX, a visão predominante era da "Sociedade Igualitária":
- Todas as actividades económicas eram nacionalizadas: a economia era planificada e de       Direcção Central;
- O Governo exerce um forte controlo sobre a vida social e política do país;
- De acordo com o ideal comunista não existem classes sociais: todos iguais perante a pobreza: a ideia do "Socialismo de Pobreza";
- Existência apenas de uma classe social especial: os burocratas e funcionários do partido;

Posteriormente, e até início dos anos 90 esteve em vigor a visão da "Sociedade Confortável":
- A pobreza deixa de ser vista como algo indissociável do socialismo;
- O Governo definiu que algumas regiões e grupos de pessoas deviam enriquecer primeiro, para depois enriquecerem os outros;
- É neste período que se dá a queda dos países Comunistas da Europa de Leste, o que obviamente leva o Governo Chinês a redefinir algumas das suas estratégias políticas;
- Inicia-se a reforma do sistema económico com vista à transição para uma economia de mercado: há uma descentralização da propriedade económica com a atribuição de incentivos locais e sociais;
- Apesar de o Partido Comunista continuar a exercer um elevado controlo sobre os vários aspectos da vida dos chineses, estes começam a ter muito mais liberdade;

É nesta altura que se inicia a política de "Porta Aberta" convidando à entrada do capital estrangeiro.
As empresas estrangeiras começam por apostar na indústria transformadora virada para as exportações e na produção de bens intensivos em mão-de-obra.
Para atrair esse investimento, o Governo lança-se na construção de inúmeras infra-estruturas de suporte para as futuras empresas.
As próprias empresas domésticas são convidadas a aumentar o seu investimento na produção de bens intensivos em mão-de-obra para exportação.

Durante os anos 90 e até 2004, esteve em vigor a visão da "Sociedade Confortável em todas as Dimensões":
- O capitalismo é agora visto como um caminho a seguir para se atingir o desenvolvimento: logo a economia de mercado torna-se o fio condutor da política económica chinesa;
- A assembleia do Partido Comunista Chinês deixa de ser composta apenas por membros do partido: são convidadas pessoas não afiliadas ao partido;
- As leis passam a proteger os direitos de propriedade privada;
- O Conselho do Partido Comunista Chinês é visto como representante:
   . das forças produtivas mais avançadas;
   . da cultura mais avançada;
   . dos interesses fundamentais do povo;

Desde 2004 está em vigor a visão da "Sociedade Harmoniosa":
- A visão de que se devia deixar enriquecer primeiro certas zonas do país e certos grupos de indivíduos, mostrou não ser viável: antes pelo contrário levou a grandes disparidades económicas regionais;
- Face a estas desigualdades aumentou a contestação: o que pode ameaçar a estabilidade económica;
- A política de ter o crescimento económico como única preocupação para além de ter sido insustentável, levou a problemas ambientais e energéticos;
- A grande urbanização apenas centrada na zona costeira, levou a um grande êxodo das zonas rurais e a um acentuar das assimetrias;

Face a isto, o Governo alterou as suas estratégias:
- em vez da ênfase no crescimento do PIB passa a ser dada mais importância ao crescimento do PIB per capita e ao crescimento harmonioso de todo o país;
- aposta no desenvolvimento do centro e do interior do país;
- criação de uma sociedade do conhecimento com aposta na inovação tecnológica e na qualificação dos recursos humanos;


E por agora fico por aqui. Na próxima mensagem vou começar por acabar (ficou estranho!!!!) de explicar a actual estratégia política e económica da China e depois passar para todo o poder que está a assumir no contexto económico mundial.

domingo, 15 de abril de 2012

Christian Gnosticism

The word Gnostic, which practices and / or live Gnosticism, is from the family of the Greek word "gnosis" which means 'knowledge'.

A Gnostic is therefore the one who acquires special knowledge about a given subject, and lives by it.

So far there is nothing pejorative that can be associated with Gnosticism and the Gnostics.


During the period of the Church Fathers, Gnosticism was associated with the knowledge of Jesus Christ obtained by faith.

From this association is that related to Gnosticism something pejorative, by the hand of those same Fathers of the Church between the centuries II and IV.

The first to make this association was Irenaeus, who sees Gnosticism as the origin of the heresy of Simon the Samaritan, who allegedly spread to Alexandria, Asia Minor and Rome, obtaining a significant number of followers of great concern to the Church hierarchy .


Irenaeus continues stating that the Valentinians, a group that he is fighting directlyderived from this group of heretics.

According to this Doctor of the Church, as all members of these groups want to be masterseventually separating from the group that joined and set up another, saying that they are holding the original knowledge and discovered the whole doctrine alone that, he said, if limited to recompile.

From all the work of St. Irenaeus and other Fathers in combating Gnosticism

is possible know the big number of groups that existed and the diversity of principles and doctrines.

At the same compared to the library works, considered heretical by the church, discovered in Nag Hamadi: each has its own heretical direction.


One of the groups more popular, as already stated, were the Valentinian Gnostics, which were the most attacked not only by St. Irenaeus and throughout the Catholic Church which accused them, despite having the same scripture that the Catholic Church, they interpreted them differently (and therefore wrong for the Church).

Despite all the differences between them (about the identity of the creator-god, on theperson and mission of Jesus Christ), a common doctrine of the Gnostics caused chills to the hierarchy of the Church: the fact that For Gnostics, every human being have withinthemselves a divine spark, and the knowledge of God and salvation only is obtained through knowledge of themselves.



Moreover, Christ's mission was to awaken the man who held the knowledge inside, and only spiritual men are destined for salvation.

Given this, all the authority of the clergy and much of the teachings of the Church were seen as unnecessary. Of course the answer of the Church was fighting fiercely Gnosticism, giving reasons in the Bible to the falsity of his teachings.

But is it anyway? Does not the Church that has distorted what the Bible says? And how does  the Church sought to eliminate them was the most christian correct?

                 

sábado, 14 de abril de 2012

Da Vinci's Code - Real or Invention?

Continuing the theme of the controversies on the foundations of the Catholic Religion,here's a video that tries to clarify some doubts about this so controversial book "The Da Vinci Code."
Despite already having read it a long time ago, not after he was released, I still remember well the supposed shocking truths it wanted to reveal.


Unfortunately, this documentary is more a visual commented reading of the book, than to try to demonstrate what is really true from what the Church says and what is written in the book by Dan Brown.


All the documentary focuses on the most contentious issues: the celibacy of Jesus and his descendants, the role of Mary Magdalene and the Holy Grail, the Gnostic apocryphal gospels and of course, the whole plot and intrigue developed over time to hide these truths by a hand, and another to try to erase them from our history.


No clear mention of the important role of Leonardo DaVinci in the middle of all this,leaving in his works, some important data on these truths.


                   


And by the way, who wants to read more about itcan read "The Secret Diary of Da Vinci" that although walking around the same theme, is much more controversial and more fun to read ...