O nosso Rui Patrício a afastar-se da baliza, depois da vitória espanhola |
Não é por ser português, ou por não gostar de nada que venha do país que temos azar de estar ao nosso lado, mas a Espanha não tem mérito nenhum em ir à final. Aliás, a Espanha nem sequer teve mérito para sair da fase de grupos: quem viu o jogo Espanha x Croácia, sabe que houve duas grandes penalidades que deviam ter sido assinaladas a favor da Croácia, mas que o árbitro, por razões que apenas ele deve saber, resolveu ignorar essas faltas.
Voltando ao jogo, Portugal contrariou o que é hábito e que eu já referi anteriormente: é muito raro a equipa adversária de Espanha não sofrer nenhum golo, e ontem verificou-se a excepção.
E parece que não é só em Portugal que o público se surpreendeu positivamente pela prestação portuguesa. Para além dos elogios dos espanhóis, que depois de vencerem o jogo nada lhes custa elogiar quem mandaram para casa, em países como França, Inglaterra, Brasil e Argentina, a prestação portuguesa em todo o europeu, mas muito mais no jogo das meias-finais, foi sobejamente elogiada.
Infelizmente, por mais que a selecção portuguesa esteja de parabéns (e de facto está), a vitória foi de Espanha: quem seguiu em frente e quem merece festejar são os espanhóis.
Para além do jogo, que mostrou uma grande capacidade de iniciativa e que conseguiu posicionar-se bem em campo para travar as investidas espanholas, vou apenas falar sobre os penalties.
Mas antes disso, convém fixa bem esta imagem, que mostra aquilo que o árbitro de ontem mostrou saber fazer melhor: dar cartões amarelos aos jogadores portugueses.
Tive sempre receio que o jogo se fosse decidido nos penalties pois, daí vêm sempre grandes surpresas, e a pior equipa pode derrotar a melhor. E, ao contrário do jogo Itália X Inglaterra, ontem foi o que aconteceu: a Espanha que jogou bem abaixo das expectativas, acabou por ganhar antes de esgotar os 5 remates para Portugal, e falhando apenas o penalti marcado por Xabi Alonso, contra todas as expectativas: nos treinos para a meia-final, a equipa espanhola treinou os penálties, e Alonso destacou-se pela positiva. Só que no jogo, acabou por dar esperanças... aos portugueses.
Infelizmente, o ponto mais negativo dos penaltis portugueses foi o penalti marcado por João Moutinho, que contrariou todo o bom desempenho feito por este jogador ao longo do europeu. Surpreendeu-me que tenha aberto a série de penaltis portugueses, tendo por base o facto de Moutinho não ser particularmente bem sucedido marcação de penaltis, como se tem verificado na sua temporada no Porto.
Também não estava à espera de ver Bruno Alves a marcar um penalti, que acabou por dar o momento mais desgostoso para todos os adeptos portugueses. Só mais tarde percebi porque foi Bruno Alves tentar marcar o penalti que deveria ser de Nani. Foi neste europeu, que deixou de ser obrigatório seguir a ordem dos jogadores, da forma que é apresentada ao árbitro.
E claro, seria impossível não falar na polémica de deixar Cristiano Ronaldo para o fim. Sendo mesmo o 10º jogador a marcar (porque quem começou a rematar foi a Espanha), as probabilidades indicam que na maior parte das vezes, esse jogador nunca chega a rematar, porque o jogo é decido antes. Mas de facto, nos últimos jogos oficiais de Portugal neste tipo de campeonatos, Ronaldo tem ficado sempre entre os últimos.
Mas, apesar de todo o optimismo que se criou à medida que se via o excelente jogo de Portugal ao longo dos 90minutos e do prolongamento, Fabregas acabou com os sonhos portugueses e mostrou-se arrependido por ter pedido à família para não o ter ido ao vivo à Ucrânia.
Da participação de Portugal neste Europeu, saiu uma verdadeira equipa, bem definida e consistente. Tudo graças a Paulo Bento, que reavivou uma equipa destroçada pelo empate com o Chipre e a derrota com a Noruega, no início da fase de qualificação para este europeu. Portugal recuperou a competitividade que estava a perder desde o Mundial de 2006. O colectivo conseguiu aos poucos fazer sobressair a equipa sobre as individualidades. E de facto foi uma recuperação inigualável desde o início do apuramento (em que quase todos acreditavam que Portugal não se iria qualificar) até ao início do europeu, em que o bom desempenho de Portugal fez um país começar a sonhar mais alto.
Para além de Cristiano Ronaldo que deixo o resto do mundo falar, e de Nani que eu apreciei bastante em todo o Europeu, e também de Postiga que fez uma falta enorme no jogo de ontem, destaco mesmo Pepe, que foi a verdadeira figura da equipa: jogou sempre com alma, conseguindo motivar e orientar os seus colegas, tanto em campo como fora dele.
A melhor expressão de Ronaldo para caracterizar o jogo de ontem Injustiça! |
E se Portugal surpreendeu ontem pela positiva, o que falar de Itália, que não nos para de surpreender, mais uma vez através do "Super" Mario Balotelli que foi o grande responsábel pela vitória de hoje. Marcou os dois golos italianos logo na 1ª parte, mostrando ser um grande jogador (o seu 2º golo, tão cedo não se irá apagar da memória de quem o viu). Quanto a Alemanha. deixou muito a desejar sobretudo na 1ª parte. Teve apenas uma boa oportunidade antes de Balotelli marcar o 2º golo,e na 2º parte conseguiu recuperar mas, apesar do golo já no prolongamento, reforçou a estatística de nunca ter conseguido derrotar a Itália em fases finais de campeonatos.
A Itália nunca perdeu o rigor defensivo que a caracteriza, e esteve sempre pronta a atacar. Este resultado veio erguer o pessimismo e a desconfiança que se estava a associar ao futebol italiano.
Apesar do favoritismo alemão, e de ter recuperado na 2ªparte, a Alemanha teve muitas oportunidades que não foram aproveitadas.
O favoritismo para o jogo de Domingo mantém-se com os espanhóis. Pode até ter aumentado com a saída da Alemanha. Mas quem tiver o mínimo de "juízo" saberá que a Itália poderá continuar a surpreender, apesar de Espanha ter excelentes jogadores para além do 11 titular.
Pelo menos uma coisa já a Espanha ganhou: uma multa atribuída pela UEFA juntamente com a Russia, pelos comportamentos racistas nos nos jogos do EURO 2012. E por mim, espero bem que a Espanha não ganhe mais nada...
Para terminar, volto a falar de Portugal, e das esperanças que nasceram com este campeonato. Temos uma equipa jovem, que tem enorme potencialidade, e que deve continuar junta para o Mundial de 2014. Alem disso, Portugal continua a ser o único pais a deter o recorde de ter passado a fase de grupos, sempre que marcou presença num Campeonato Europeu de Futebol.
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