Confesso que não compreendo a admiração nem a indignação que muitas pessoas sentem ao ouvir esta notícia. Já a profecia de Nostradamus alertava para o 'perigo amarelo'. E de facto, mesmo que haja quem bata o pé e o negue, a verdade é que este século que ainda completou apenas uma década, será sem sombra de dúvidas o século da China.
Os dados oficiais apontam para a criação de 11.6 milhões de novos postos de trabalho, só em 2010. E as previsões apontam para uma recuperação das elevadas taxas de crescimento económico para os próximos anos, ou seja, para a criação de mais do que 11.6 milhões de novos postos de trabalho por ano.
E não esqueçamos que praticamente apenas a zona mais próxima da costa está envolvida nesta explosão económica e urbana. A esmagadora maioria dos investidores estrangeiros ainda nem sequer chegaram ao centro quanto mais ao interior do país, como se pode comprovar por esta imagem à esquerda. Por isso, a China ainda tem muito para dar. E basta dar uma vista de olhos ao mapa dos investimentos que a China tem feito pelo mundo, pode-se facilmente ver que já se contam pelos dedos (talvez ainda não só de uma mão, mas para lá caminha) os países onde a China não tenha investimentos feitos.
E o crescimento económico na China está a trazer consigo o surgimento de uma classe média em franco crescimento tanto em tamanho como poder de compra, o que representa uma grande oportunidade para as empresas estrangeiras.
Mesmo quem defende que isto não poderá passar de uma moda passageira, isso nunca conseguirá tirar todo o poder que a China poderá vir a adquirir. Para já, porque essa não é a previsão para os próximos anos. O Partido Comunista Chinês tem garantido por enquanto a estabilidade política e económica necessária à continuação do bom desempenho da China. Não esqueçamos que a China teve o exemplo da União Soviética quando liberalizou o seu regime político, e do Japão quando liberalizou o seu mercado de câmbios. A China pode ainda não ter encontrado concretamente qual o percurso que deve seguir, mas sabe perfeitamente o que não deve fazer para não cair nos mesmos erros que a União Soviética ou o Japão. E além disso, este 'império económico' que já detém pelo mundo, não se vai evaporar de repente e sem mais nem menos.
Eu pelo menos não fico preocupado com esta compra, seja pela empresa que foi, seja pelo comprador que foi. O mundo começa a ficar enjoado do Ocidente, e se abrimos as nossas empresas públicas ao capital privado, porque não há-de ser ao capital da economia que actualmente detém maior pujança a nível mundial?
E espero que isto também esteja a servir de lição não só a Portugal como para todo o Ocidente que se deixou relaxar quando não devia, ou como se diz na terra onde nasci "andou a dormir em pé!!!!".
Agora, aqui estão as consequências...
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