segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A formação do Império Norte-Americano

Início do século XX: a sociedade americana está em mudança.
O álcool é o suporte do crime, e multidões de pessoas deslocam-se dentro do país à procura de melhores condições de vida. 
Os EUA estão à beira de se tornarem a maior potência económica do mundo.

Exploração petrolífera no início do século XX
O consumo cresce de forma alucinante, em grande parte devido à exploração maciça de petróleo no Texas. Das pequenas explorações, rapidamente se descobre a maior reserva de petróleo do mundo, que enriqueceu de forma exorbitante os seus exploradores, criando postos de trabalho na indústria de extracção de petróleo, e fornecendo uma matéria-prima mais eficiente para a economia.
O petróleo conseguiu substituir o óleo de baleia (animal que estava em extinção) na iluminação pública, e conseguiu ser mais eficiente e rentável como combustível para as locomotivas dos caminhos-de-ferro que se estavam a construir.
Claro que muitas vidas, muitos equipamentos e muitos recursos financeiros se perderam em vão, até se encontrarem os meios mais eficazes de extracção do petróleo. Mas rapidamente, graças à invenção de Kurt, tornou-se possível extrair petróleo 24h por dia.
A América tornou-se a maior produtora de petróleo do mundo, graças à exploração dos irmãos Emmel. Num ano, nascem 500 explorações petrolíferas no país.
O petróleo torna-se mais barato que a água, e rapidamente se consegue transformá-lo em gasolina.

Modelo T da Ford: um carro para o cidadão comum, que lhe permitiu concretizar
coisas que antes nem em sonhos ousavam imaginar.
E com a gasolina enquanto combustível, surge a marca Ford, com a ideia de construir um veículo fácil de manusear e virado para o cidadão comum.
Henry Ford produz um automóvel revolucionário  numa maneira revolucionária  a linha de montagem com o trabalho standartizado e simplificado.
A produção nas linhas de montagem não exige grandes conhecimentos por parte dos trabalhadores, que conseguem assim massificar a produção. Isto foi uma ideia revolucionária que se espalhou a toda a indústria.
Os preços do modelo T eram acessíveis ao cidadão comum, algo com um forte impacto na sociedade americana.
Em 1915 uma boa parte da população dos EUA já possui um automóvel, dando origem a um novo ramo de actividade: as escolas de condução.
O carro torna-se assim um símbolo da América  e um meio para o cidadão comum poder encontrar uma vida melhor. As pessoas deixam de viver junto aos seus locais de trabalho, espalhando-se pelos subúrbios das grandes cidades, começando uma enorme procura por terrenos de construção, levando à criação de inúmeros postos de trabalho no sector imobiliário.

Nesta altura surge o empreendimento de luxo chamado "Hollywood", anexo à cidade de Los Angeles, a cidade em maior crescimento do mundo naquela altura. A necessidade de abastecer de água esta região, implicou a criação do maior empreendimento hidrográfico do mundo, concluído em 1913, enchendo o Oeste americano de betão e cimento, com a construção de um aqueduto que atravessou todo o Estado da Califórnia.
Sem este aqueduto, Los Angeles não teria crescido e assumido as dimensões conhecidas nos anos 20.



Em 1914, a I Guerra Mundial na Europa, fez crescer a procura por armamento americano, favorecendo em muito não só a indústria de armamento, como a do chumbo e do aço.
Com a devastação da Europa, os EUA estão gradualmente a tornar-se a maior potência do mundo.

Apesar da participação directa, os EUA foram
os grandes vencedores da I Guerra Mundial
Com o fim da escravatura, dá-se um dos maiores movimentos migratórios deste século no país, com a deslocação de uma grande parte da população negra para o Norte do país.
No entanto, apesar da liberdade dada à população negra, na prática a discriminação mantinha-se. A tensão racial sentia-se fortemente nos meios urbanos.
Em 1919, depois de um incidente numa praia, começam os conflitos raciais em Chicago que, apesar dos feridos e mortos acaba por alastrar a mais 24 cidades americanas, e acaba por moldar a estrutura das cidades no norte do país, com a criação de bairros e guetos para as minorias raciais: primeiro os negros e depois outras etnias de imigrantes.

Em 1920 a população nas cidades ultrapassa a população nos campos. Mas as cidades tornaram-se famosas quase exclusivamente por maus motivos: são os símbolos da decadência e do crime, onde o jazz e os cabarets se misturam com a droga e sobretudo o álcool, que se torna um dos grandes motivos da criminalidade e da delinquência.
Primeiros efeitos da lei seca
A 16 de Janeiro de 1919 é implementada a lei seca, acabando com a produção, comercialização e consumo de qualquer bebida alcoólica. A ideia era acabar com a sociedade decadente e torná-la virtuosa.
No entanto, a criminalidade mantém-se, agora com o fabrico e comercialização ilegais de bebidas alcoólicas por todo o país.
O contrabando ilegal do álcool faz proliferar o crime organizado, surgindo por todo o país famílias de máfia, cuja fama se estende por todo o século XX.
A máfia é uma actividade que se torna um símbolo da realidade cosmopolita durante várias décadas do século XX.

Todos os crimes e homicídios relacionados com a intensa actividade mafiosa, fazem surgir uma nova actividade: a investigação forense.
Os oficiais da polícia são agora obrigados a aperfeiçoarem-se em áreas como a balística, de forma a resolver a sucessão de crimes que estava a assolar a América.

A máfia tornou-se numa das mais arriscadas profissões, mas também na mais rentável
Também a fuga de impostos feita pela máfia faz desenvolver novos conhecimentos e técnicas de contabilidade e fiscalidade.

Com a abolição da lei seca, a única vez na História americana que uma emenda à constituição é revogada, o Governo pretende assim obter mais receitas dos impostos sobre o álcool, de forma a colmatar a crise dos anos 30.

Infelizmente, a magnitude do Crash de 1929 foi muito maior do que se poderia pensar, acabando com a era da prosperidade caracterizada pelos símbolos do petróleo, do automóvel e do rápido crescimento das cidades, que permitiu ao país viver 3 décadas de forte e ininterrupto crescimento económico.

A América enfrenta agora tempos difíceis, que serão abordados na próxima mensagem, sobre o crash de 1929.

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