terça-feira, 13 de março de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (XIII)

Neste momento praticamente todos os países têm as suas escolhas prontas. Mas como não tenho assim tanto tempo livre, vou comentando ao ritmo que posso!!!!


SUÉCIA E LOREEN 
Esta é de longe a escolha que mais prazer me dá comentar. Mais uma vez a escolha sueca foi feita através do Melodifestivalen, e para mim há bastantes anos que não havia assim um com tanta qualidade. Praticamente todas as músicas seriam óptimas escolhas para a Eurovisão porque estão bem acima da média das escolhas apresentadas pelos outros países.
Um dos destaques desta edição, foi o regresso da vencedora do Melodifestivalen em 1999 e 2008, e vencedora da Eurovisão também em 1999, Charlotte Perrelli. Este ano apresentou-se com a música "The Girl". Foi notório o esforço e o investimento da cantora na música e na performance. Infelizmente não foi suficiente para ter passado inclusive para o "Second Chance", acabando por ficar apenas em 5º lugar na 4ª semifinal.

Apesar de tudo, a vitória da Loreen não podia ser mais justa. Estamos perante uma música muito intensa, tanto em ritmo, como em melodia, letra, mensagem e sobretudo interpretação. É surpreendente a capacidade que a cantora de descendência marroquina-berbere de 28 anos, tem de se mexer tanto ao longo de toda a música e ainda assim manter uma afinação praticamente perfeita, ao ponto de a versão ao vivo ser muito melhor do que a versão studio. Uma música e uma interpretação tão poderosas só poderiam merecer a vitória.
De facto, tudo foi pensado ao pormenor, desde a coreografia, os adereços e o jogo de luzes, ao ponto de conseguir transmitir uma emotividade única para quem está a assistir.
Quando à concorrência, para além do 2º lugar do Danny Saucedo com a música "Amazing", que para mim não foi das suas melhores prestações no Melodifestivalen (o ano passado esteve bem melhor), destaco o 3º e 7º classificados.
Em 3º lugar ficou o cantor Ulrik Munther de apenas 18 anos, com a música "Soldiers". É uma música muito agradável de se ouvir, e toda a interpretação foi também original e bem conseguida.
Em 7º lugar ficou a banda de Hevy Metal, Dead by April, com a música "Mystery". Um estilo diferente dos outros que já referi, mas que conseguiu uma presença forte em palco, com uma performance obviamente mais "pesada", mas mesmo assim cativante.

A Eurovisão está pautada por escolhas e surpresas desagradáveis ao longo da sua História. Mas espero que este ano, não se cometa o crime musical de não colocar esta música entre os finalistas, e atribuir-lhe pelo menos o 3º lugar na final. Se bem que até o 2º lugar seria muito pouco para a Loreen e a sua "Euphoria".

RÚSSIA E BURANOVSKIYE BABUSHKI 
Estou perante outra escolha que nem sei bem como é que hei-de comentar. Obviamente que aqui não está em causa a idade ou os trajes usados por este grupo de música "étnica-pop". Antes pelo contrário, é de louvar a coragem de participar e de mostrarem não só a cultura da Rússia profunda, como também alertarem para o facto de que a Eurovisão não se deve guiar pela juventude e beleza dos artistas, quando devia em primeiro lugar dar mais importância às qualidades vocais e à interpretação dos artistas.
E infelizmente, as qualidades vocais do grupo deixam muito a desejar. É óbvio que temos que ter em conta a idade e provavelmente os fracos conhecimentos musicais de qualquer uma das cantoras.
No entanto, a Eurovisão é acima de tudo um concurso musical. E isso deve ser sempre o factor diferenciador das músicas a concurso.

Convenhamos que a maioria das músicas a concurso não constituíam grandes alternativas. Nem sequer os segundos classificados, Yulia Volkova e Dima Bilan, este último trouxe o 2º lugar para a Rússia em 2006, e a vitória em 2008. Quanto muito, o 3º classificado, Timati & Aida Garifullina poderia constituir uma boa alternativa à música vencedora.

Mas o cenário mais provável será a passagem da Rússia à final, como acontece sempre desde que existem semifinais, não fosse o facto de os países de leste, e alguns países ocidentais onde existe alguma Diáspora, darem sempre pontos à Rússia. Na mesma semifinal que a Rússia, estarão vários países que poderão atribuir muitos pontos à Rússia: Letónia, Finlândia, Roménia, Hungria, Moldávia e Israel.

Esta música faz-me lembrar a escolha da Rússia em 2010 que, apesar da fraca qualidade, conseguiu a passagem à final e um 11º lugar. A mim parece-me que a Rússia quer provar de ano para ano que não precisa de levar uma música de boa qualidade para passar à final. Chega a ser uma ofensa para países que se esforçam muito mais, e não conseguem passar à final por não exercerem o poder de voto político que a Rússia exerce.


Sendo fã do fairplay, desejo Boa sorte para os dois países!!!






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