Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (XIV)

Para quem já deve ter reparado, eu não estou a comentar as escolhas dos países pela ordem cronológica que estas são apresentadas. Ou melhor: posso ter feito isso no início, nas a partir do momento em que vários países apresentavam as suas representações ao mesmo tempo, e como tenho vida para além disto, tornou-se difícil acompanhar o mesmo ritmo. Além disso, nem todas as músicas são igualmente fáceis de comentar: mesmo as que sejam reveladas posteriormente se eu conseguir arranjar mais depressa uma opinião, são essas que apresento primeiro.

GRÉCIA E ELEFTHERIA ELEFTHERIOU 
Peço a vossa máxima atenção porque estamos a falar do recordista de sucessos na Eurovisão, que atrai muitos pontos tanto do Ocidente como do Leste Europeu, e um dos dois países concorrentes na Eurovisão que mantém o record de, desde 2004 o ano em que foram introduzidas as semifinais, se ter qualificado sempre para a final e ter alcançado sempre o TOP10 (o pior lugar foi o 9º em 2006). O outro recordista é o Azerbaijão: mas este só se estreou em 2008 e por isso, teve menos hipóteses de não ficar no TOP10 da final.
O que é certo é que ninguém faz sombra à Grécia.
Apesar dos fortes rumores de que iria desistir da competição deste ano devido à forte crise que afecta o país, a verdade é que, mesmo sendo um dos últimos países a revelar a sua escolha, parece que as melhores surpresas ficaram para o fim.
Quando parece que a Grécia não vai conseguir trazer sempre algo que arrase, aqui está o tema "Aphrodisiac" interpretado pela muito sexy cantora de 22 anos Eleftheria Eleftheriou.


Mais uma vez a Grécia volta a apostar na combinação entre os ritmos tradicionais gregos e os modernos, e da combinação mais uma vez saiu uma forte prestação com a sensualidade que as cantores gregas costumam levar para o Festival.


Quanto à concorrência, apesar de apresentar em média um nível superior a grande parte das musicas apresentadas por alguns dos outros países presentes no festival, esta foi sem dúvida a melhor escolha. Da concorrência as melhores actuações foram Cassiopeia com a música "Killer Bee" e Dora com "Baby I'm Yours".
Não creio que seja desta que a Grécia quebre o record atrás referido. Felizmente para nós (Portugal), que este ano não vai competir na mesma semifinal que nós (o que já não acontecia desde 2009).
Quanto aos votos, para variarmos um pouco, a Grécia deverá receber os 12 pontos do Chipre, apesar de todos os protestos do público que está a assistir ao vivo que ocorrem todos os anos, sobretudo quando o Chipre anuncia os 12 pontos para a Grécia (já que as presenças do Chipre na final são poucas). Mesmo com a introdução dos júris, a tendência manteve-se inalterada. Este é o voto político (ou de vizinhança... chamem o que quiserem...) mais marcante de toda a História da Eurovisão.
Isto talvez devido à proximidade cultural, linguística e musical entre os 2 países, que partilham o mesmo mercado musical. Além disso, muitos dos cantores que estes países levam à Eurovisão têm ambas as nacionalidades (grega e cipriota) como acontece este ano.
Para além do Chipre, a Grécia deverá receber bastantes pontos de Espanha, Hungria, São Marino, Albânia, Finlândia, Roménia, Suíça, Islândia, Israel e Rússia.


Por isso, se há país que não precisa de ter os vizinhos consigo é a Grécia: consegue ficar facilmente no TOP3 de qualquer país.
E esta música para além de ficar entre as mais votadas do público, também deverá ficar numa boa posição na avaliação dos júris internacionais: sobretudo na semifinal.

SÉRVIA E Željko Joksimović 
Passo agora a falar da "jóia" dos Balcãs no que toca à Eurovisão: foi o único país da antiga Jugoslávia a ganhar o concurso (e foi a única canção vencedora não interpretada em inglês desde 1991, o que pode servir como justificação - se bem que cada vez mais rebuscada - para que Portugal insista em levar músicas cantadas em Português) e, desde a sua estreia em 2007 apenas falhou a final em 2009. Antes de 2007, tinha participado juntamente com Montenegro, e nessa altura alcançou o 2º lugar em 2004 (1º na semifinal desse ano) e o 7º no ano seguinte.
Este ano, a Sérvia traz-nos uma cara conhecida destas andanças da Eurovisão: Željko Joksimović, que representou a Sérvia e Montenegro em 2004, e foi co-apresentador do Festival em 2008, quando este decorreu na capital sérvia, Belgrado.
A escolha foi através de uma selecção interna a cargo da emissora sérvia da Eurovisão, pelo que não existe concorrência para eu analisar.
As qualidades vocais do intérprete são indiscutíveis. Passemos agora à música: mesmo sendo uma balada cuja melodia não atrai muito a nossa atenção, a verdade é que o cantor consegue dar-lhe uma emotividade e um cunho próprio que realmente permite dar um valor especial a esta música. E todos os elementos em palco, desde o coro aos instrumentos favorecem bem a música.


Se bem que a Sérvia é mais um caso que não precisa de se preocupar muito com a passagem à final. Ainda por cima este ano que terá a votar na mesma semifinal em que ela participa, bastantes países que lhe poderão dar os 10 ou 12 pontos: Bósnia-Herzegovina, Eslovénia, Croácia, Macedónia e França.
Com a boa interpretação do Željko Joksimović, e com praticamente todos os vizinhos consigo, está mais do que garantida uma passagem da Sérvia à final.


Boa sorte para ambos os países!!!






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