UCRÂNIA E GAITANA
Começo por falar da Ucrânia, que entrou no festival em 2004. Portugal é até agora o 3º país de quem recebeu mais votos, e desde 2004, ano da introdução das semifinais, que a Ucrânia é o país a quem demos mais votos (que infelizmente em breve será ultrapassada pela Espanha), incluindo 12 pontos em 2006, 2007 e 2008.
Exceptuando 2003 e 2005, a Ucrânia tem sido um dos países com melhor desempenho na Eurovisão: nunca falhou uma final, ficou uma vez em 1º lugar e 2 em 2º na final, e uma vez em 2º e outra em 1º na semifinal.
Mais uma vez a representação ucraniana é entregue a uma voz feminina, a cantora Gaitana Essami de 32 anos, que interpreta a música "Be My Guest". A música pode surpreender muita gente que não esteja habituada ao género de músicas que muitas vezes este país de Leste leva à Eurovisão. Se fosse noutro país, poderíamos nos perguntar de que planeta esta gente veio mas, tendo em conta representações passadas como as de 2007 e 2009, esta música é perfeitamente normal. Como eu costumo dizer, esta música é uma música à Ucraniana. E está tudo dito. A música é bem cómica, animada e a artista tem uma forte presença em palco para além dos óbvios atributos físicos: tem um estilo original e cativante que condiz bem com a música. Mesmo que as qualidades musicais da cantora, que são razoavelmente boas ou a letra forem muito inferiores às das concorrentes, de certeza absoluta que esta música sobretudo devido à sua performance ao vivo tão enérgica, original e mesmo um pouco excêntrica vai marcar a semifinal em que vai actuar (que é a mesma de Portugal).
Apesar da música "Be my Guest" ter ficado em 1º lugar pelo júri, a música só conseguiu o 2º lugar no televoto, muita gente (onde eu me incluo) continua a contestar a decisão. Um dos vencedores alternativos mais apontados, é o 2º classificado (2º no júri e 3º no televoto), Max Barskih com a música "Dance". Apesar de também ser de longe o meu favorito, tenho que reconhecer que as qualidades vocais e a afinação do artista ao vivo no festival de selecção estavam um pouco aquém das expectativas. Certamente que se não fosse esse pequeno, mas tão importante, pormenor e tinha considerado a decisão ainda mais injusta.
A Ucrânia vai ser o único dos países a quem Portugal costuma dar mais pontos que vai competir na mesma semifinal que nós. Por isso, Portugal só não dará 12 pontos à Ucrânia na semifinal se o júri não quiser porque, da parte do televoto é quase certo que vamos lhe dar os 12 pontos. E não creio que seja desta que a Ucrânia falhe uma final da Eurovisão. Para além das qualidades ímpares que eu já referi sobre a música, nesta semifinal encontram-se alguns países de leste e da Eurásia (Arménia, Bielorrúsia, Bulgária, Geórgia e Turquia) que, não podendo votar na Rússia por esta participar na outra semifinal (e no caso da Turquia também no Azerbeijão), irão centrar as suas intenções de voto na Ucrânia.
Continuemos no leste europeu, mas agora um pouco mais a norte, mais precisamente na Bielorrúsia. Desde a sua entrada em 2004, este país está longe de ser dos mais sucedidos. Participando sempre desde então, apenas se destaca um honroso 6º lugar em 2007, e mais uma passagem à final em 2010 que apenas garantiu o 24º (penúltimo) lugar.
Das restantes vezes, o país nunca esteve muito perto de passar à final.
Este ano a artista é Aloyna Lanskaya de 26 anos que interpreta a música "All my life". Estamos perante mais uma balada. Reconheço as qualidades vocais da cantora, e mesmo sem grande brilho, conseguiu interpretar adequadamente a música. Mas, apesar de toda a energia que a música transmite, não sendo uma balada demasiado mole, a verdade é que a participação de Aloyna pode passar despercebida. E acreditando no poder desta música, confesso que, em algumas partes da música, não percebo se está a cantar em inglês ou em russo. Mesmo noutras canções, como a da Islândia, que eram cantadas nas línguas maternas, também não as percebia, mas pelo menos os artistas conseguiam separar bem as sílabas e as palavras. O que não é o caso (defeito da própria língua em que é cantada?).
Na mesma semifinal que a Bielorrússia (a 2ª), os países que costumam dar mais votos a este país serão a Ucrânia, a Geórgia e a Arménia. No entanto, não sendo a Bielorrúsia um país que tenha recebido muitos votos, o facto de ter estes três países que podem votar neste país, isso não garante grande coisa. Além disso, o televoto deverá concentrar-se na Ucrânia.
O mais certo será esta música agradar mais aos júris do que ao público. Já o contrário se pode dizer do 2º classificado: a banda jovem Litesound que interpretou a música "We are the heroes" certamente que iria atrair muitos votos do televoto, sobretudo das faixas etárias mais jovens. Além do estilo pop da música, esta não é tão banal como outras que vão participar este ano. E além disso, até agora as bandas concentram-se na outra semifinal. Aliás: as qualidades vocais da vencedora não são muito melhores, pelo que não consigo perceber bem a decisão.
Oportunidade perdida? Talvez para o televoto, mas o júri tem um papel igualmente importante.
Boa sorte para ambos os países!!!!
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