domingo, 20 de janeiro de 2013

A emergência do Sudeste Asiático

Como já referi em algumas mensagens anteriores, a nas últimas décadas a Ásia tem se tornado novamente um dos centros de decisão e produção mais importantes do Sistema-Mundo. Por este mesmo motivo, farei aqui uma pequena análise sobre o processo de tem devolvido à região da Ásia-Pacífico o prestígio e a hegemonia de outros tempos.
Apesar da heterogeneidade étnica, cultural, linguística, religiosa e política da Ásia, e de todos os conflitos a isso associados, a Ásia é desde inícios da década de 90 do século XX, o pólo de maior crescimento económico do mundo. Os principais contribuidores foram as regiões da Ásia Oriental e do Sul, nomeadamente a China e a Índia.

A Ásia é um continente grande em diversos aspectos, e com enormes diferenças a nível económico e social: coexistem no mesmo continente países com o Japão (no topo do grupo de países mais desenvolvidos do mundo), a China (entre os países emergentes com maior crescimento económico) e outros que possuem a maioria da população ainda abaixo do limiar da pobreza.
A nível demográfico, a Ásia apresenta um enorme potencial pois apresenta em média uma elevada taxa de crescimento da população, o que significa uma contínua entrada de muita população activa no mercado de trabalho, e um aumento da poupança.

O comboio asiático está a andar a toda a velocidade.
A generalidade destes países adoptou uma estratégia de industrialização para promoção de exportações, com recurso ao IDE e às receitas das exportações. Em alguns países, o mercado interno já está muito maduro, o que tem atraído cada vez mais empresas estrangeiras. O interesse que todo o mundo parece ter pela Ásia deve-se ao seu rápido e elevado crescimento económico: quem detiver o domínio sobre a Ásia, deterá o poder sobre a economia global. A crescente globalização tem levado a uma maior interdependência  económica entre os países do Sudeste Asiático, reflectida no aumento de fluxos comerciais entre eles (de bens, serviços, capital e conhecimento).
Esta maior internacionalização do investimento e da produção, constitui um novo desafio para a Ásia pois, o futuro deixará de passar pela afirmação de cada país individualmente, e passará pela afirmação da região como um todo. A liberalização do mercado e a abertura ao comércio internacional têm levado à criação de economias de escala, e requerem que os governos dos vários países de uma região unam esforços para uma melhor aplicação dos recursos, um aumento da produtividade e a uma aceleração tecnológica nos países em desenvolvimento.
Esta maior interacção será um factor que permitirá que os países mais desenvolvidos da região, possam "puxar" pelo desenvolvimento dos países mais subdesenvolvidos.
Tudo isto, são factores que têm justificado a criação de movimentos regionais de integração económica, a que a Ásia não é excepção.

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