domingo, 8 de janeiro de 2012

SIMPSONS e a vida real I: Bart & Lisa Simpson

Outro dos temas que certamente será muitas vezes abordado neste blog, será a Série mundialmente famosa conhecida por The Simpsons e que constitui outro dos meus grandes vícios.
O primeiro post sobre este tema, será uma análise crítica à nossa actual sociedade capitalista, com base em duas das personagens principais dessa série: os filhos mais velhos do casal Simpson, Bart & Lisa.

Bart: Bullying e problemas das escolas

Comecemos pelo filho mais velho, o Bart Simpson. Com 10 anos (ou como ele próprio diz num dos episódios, o grande um-zero) feitos, é um rapaz um pouco hiperativo que faz tudo para chamar a atenção dos colegas e tornar-se popular na escola. E é talvez esse o único proveito que ele tira da escola, visto que boas notas já não é com ele (desde que os genes simpson que afectam o lado masculino da família se manifestaram nele).

Isto espelha talvez um dos grandes problemas das actuais escolas: a falta de atenção dada a muitos alunos com dificuldades. Num dos episódios o Superintendente Chalmers visita a Escola Primária de Springfield e repara nas turmas com cada vez mais alunos. Uma coisa que também se verifica em Portugal, e da qual eu também fui vítima no liceu em que o argumento "Se há cadeiras na sala para 28 alunos, então pode haver uma turma com 28 alunos" era o que vigorava.
Também há que salientar a atitude pouco empenhada da professora Miss. Krabappel, que num dos episódios chega a referir que uma demonstração de iô-iôs seria uma das melhores recordações da infância que os alunos iriam ter quando ganhassem a vida a meter gasolina.

Mas aquilo que me chama mais a atenção é o facto de este rapaz, que por mais traquina e maldoso que possa parecer, acaba sempre por manifestar o seu bom coração, é o bullying de que é vítima por parte dos grandes rufias da escola, sobretudo por parte do Nelson Muntz. E é talvez conhecendo a história deste rufia, que se percebe os problemas que se passam com este fenómeno que recentemente se tornou um problema das escolas. O Barney é filho de pai ausente/incógnito visto que, por aquilo que se pode depreender dos episódios, a mãe trabalha num bar de alterne.



Acredito sinceramente que não são apenas as vítimas que necessitam de ajuda, e que o Barney não é mais do que uma vítima:  uma vítima de falta de atenção adequada à sua realidade. Como cada aluno é uma realidade diferente, não devem existir métodos uniformes para resolver qualquer tipo de problema.
Agora, esta série tem talvez uma incongruência: em muitos episódios, vê-se o Barney a divertir-se com o Bart & Ca., como se fossem grandes amigos, quando pouco tempo depois se vêem imagens como a anterior.

Lisa: a incompreensão dos sobredotados
Agora vem a vez da Lisa! A personagem que tenta sempre por bom senso em toda a família, e que persegue uns ideais próprios, é vítima de um problema que afecta muitas crianças neste mundo.



Com uma inteligência comprovadamente acima da média, esta rapariga de 8 anos vê-se confinada a ter que frequentar uma turma "normal"devido aos fracos recursos financeiros dos seus pais. Aqui está um exemplo de um subaproveitamento dos recursos humanos que um país possui e que lhe pode vir a ser muito útil futuramente.
Numa altura em que todo o mundo, mas sobretudo os países ocidentais, precisam de rever o seu paradigma para enfrentar esta crise, muitos autores defendem que a solução passa, como sempre passa em qualquer crise, pela aposta na qualificação e aproveitamento das potencialidades dos recursos humanos. E aquilo que se passa com a Lisa Simpson, passa-se diariamente não só com as crianças sobredotadas, mas também com muitos estudantes universitários que mesmo com bom desempenho são obrigados a desistir de estudar e de acabar os seus cursos, devido à falta de ajuda por parte dos serviços sociais, passa-se com muitos estudantes que não podem prosseguir os seus estudos nem sequer para concluir o ensino obrigatório pois a escola básica ou secundária mais próxima fica a quilómetros de distância e é impossível conciliar as deslocações diárias com as horas de estudo e as horas de lazer: as horas de ser criança ou jovem. Para não falar mais uma vez dos encargos financeiros que os pais não podem suportar.
À Lisa vale-lhe o saxofone, que é uma dica a pais que se encontrem na mesma situação, e também para pessoas que sintam que as potencialidades não são aproveitadas: encontrar outras alternativas nas quais se possam destacar e ver o seu mérito reconhecido.
Budista e vegetariana, esta menina acaba por ser muitas vezes gozada pelas suas escolhas que, de facto parecem muito "evoluídas" para quem tem apenas 8 anos. Mas mais uma vez isto reflecte as dificuldades das nossas sociedades ditas 'desenvolvidas' que se auto-consideram multi-culturais e tolerantes, em lidar com as diferenças. Por mais que o homem se auto-intitule o mais racional de todos os seres vivos, acaba muitas vezes por ter atitudes piores que os animais selvagens, ao não respeitar as diferenças dos outros, acabando muitas vezes por recorrer às mais variadas formas de discriminação, sempre com as piores consequências. Há outras coisas neste mundo que devem ser consideradas verdadeiramente problemas e que devem ser alvo da nossa atenção.
Nesta série verifica-se à máxima "A brincar se dizem as verdades"!!!!

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