quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (II)

Deixando a crise económica de parte porque, parecendo que não, existe vida para além disso, vou voltar ao tema da Eurovisão, comentando mais representações escolhidas por dois países, neste caso a França e a Dinamarca.


FRANÇA E ANGGUN


Começo por falar do país que, desde 1975 até 2011 foi o país que mais pontos atribuiu a Portugal. Tem sido notório desde 2010 o esforço que o país tem feito para conseguir atingir uma boa classificação neste festival, talvez devido aos maus resultados que o país tem obtido desde 2003 (com excepção de 2009 em que conseguiu o 8º lugar).
Nesse mesmo ano (2010) o país apresentou-nos uma música cheia de ritmo com um forte toque africano. A música era de facto cativante e ficava no ouvido: daí o 8º lugar no televoto. No entanto, reconheço que o cantor (Jessy Matador) apresentava alguns problemas vocais o que contribuiu para que o júri o tenha colocado no 22º lugar. O resultado final foi o 12º lugar. Aqui convém referir que, aquando do anúncio oficial de Jessy Matador como representante da França em Oslo, foi dito que já se estava à espera que a França não ganhasse o festival.
Quanto ao ano passado, apesar de eu até apreciar ouvir esse tipo de música, e não pondo de parte as qualidades vocais do cantor em causa, só consegui ouvir a música uma vez, quando actuou na final do festival, porque te facto aquela música não me cativou minimamente. E pelos vistos nem ao júri pois, o mais certo é que uma boa classificação dependesse mais deles, a votação de todos os júris apenas atribuiu à França o 12º. Juntamente com o 15º lugar do televoto (que convenhamos, até foi uma boa posição), o resultado foi o 15º lugar. Não podemos esquecer que ele foi apontado como um dos favoritos à vitória, juntamente com o Azerbeijão, o Reino Unido e a Irlanda.

Este ano chega-nos uma aposta um pouco diferente das anteriores. A artista é Anggun, uma cantora Indonésia de 37 anos naturalizada francesa  (que nos princípio de 2010 gravou em dueto com o cantor português Mickael Carreira a música "Chama por Me"), com a música Echo (You and I). Mais uma vez a escolha ficou a cargo da France Télévision, a emissora pública nacional. Sendo mais uma vez uma selecção interna, não posso fazer um comentários sobre as outras músicas a concurso.
Quanto à música propriamente dita, confesso que tive que a ouvir inúmeras vezes para conseguir formar uma opinião. Ela possui algumas mudanças inesperadas ao longo dos cerca de 3 minutos de duração. Não podendo afirmar se foi a melhor escolha possível (visto não existirem adversários), mas penso que a necessidade de apresentar uma música que impressionasse e superasse todas as outras e garantisse um bom lugar na final da Eurovisão, teve como resultado uma música um pouco confusa em termos de ritmo e acaba por não ter um estilo muito bem definido. Não tendo havido nenhuma apresentação pública (pelo menos oficial), não posso opinar sobre a performance da artista. Apesar disso, toda a sólida carreira da cantora, que já gravou 14 álbuns leva-me a crer que não haverá dúvidas quanto às qualidades vocais de Anggun.
No entanto, face à concorrência já existente, só uma boa performance em directo que agrade ao júri poderá garantir à França uma boa classificação.

DINAMARCA E SOLUNA SAMAY

Passemos agora para a Dinamarca que não falha uma final da Eurovisão desde 2008, e que nos últimos 2 anos conseguiu a incrível proeza de ficar na final no TOP 5: em 2010 ficou em 4º lugar e em 2011 em 5º lugar. No primeiro caso o país foi ajudado pelo televoto (3º lugar no televoto, 7º lugar no júri e 4º lugar final), e o ano passado a boa classificação foi, pelo contrário, conseguida graças ao júri (um injustíssimo 18º lugar no televoto, um 3º lugar no júri e um 5º lugar final).
Este ano a escolhida foi a cantora Soluna Samay que, juntamente com a sua banda apresentou a canção "Should've Known Bettter". Foi a vencedora do Dansk Melodi Grand Prix 2012, o festival de escolha da canção a representar o país na Eurovisão deste ano em Baku.
Após uma primeira ronda, das 9 canções a concurso (após a desclassificação de uma delas), os espectadores e um júri dinamarquês seleccionaram as 3 melhores.
Essas três foram submetidas a uma segunda votação, desta vez por parte igualmente dos espectadores e de um júri dinamarquês, mas desta vez incluindo júris de 4 países que europeus que também participam na Eurovisão: Azerbeijão (que incluía  a dupla Ell & Nikki vencedora da edição do ano passado), Alemanha (que incluía o cantor Roger Cicero, que representou o país na Eurovisão em 2007), Noruega (que incluía o cantor Alexander Ryback, vencedor da Eurovisão em 2009 com a música que mais pontos recebeu em toda a história da Eurovisão) e Rússia (com o representante do país na edição de 2011, Alexey Vorobyov).
Apenas os júris do Azerbeijão, da Dinamarca e o televoto atribuíram a vitória à canção vencedora. Os restantes júris estrangeiros atribuíram a pontuação máxima ao 2º classificado (Jesper Nohrstedt com a música "Take Our Hearts").

Apesar de preferir o 2º classificado, não posso deixar de elogiar a originalidade da artista e de toda a banda. A música é igualmente fora do comum e, uma boa performance aliada a uma boa qualidade vocal provavelmente poderão trazer mais um sucesso para este país da escandinávia.

Em ambos os países é notório o esforço para apresentarem boas escolhas. No entanto, talvez tanta euforia e tanto esforço por vezes podem ser demais.




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