quinta-feira, 1 de março de 2012

Eurovisão: a caminho de Baku 2012! (IX)

Continuando com os comentários às escolhas para a Eurovisão, aqui estão mais dois países.


TURQUIA E CAN BONOMO 
A participação da Turquia na Eurovisão é um caso muito especial. Estreou-se em 1975 ficando em último lugar, assim como em 1983 e 1987. A sorte inverteu-se completamente a partir de 1997 quando atingiu o 3º lugar, devido não só à aposta nos ritmos tradicionais turcos muitas vezes misturados com um toque de modernidade, ou nas bandas de rock, como também em muito devido à forte diáspora turca pela Europa, que permitiu que o país a partir da introdução do televoto, conseguisse sempre alcançar várias vezes não só o TOP10 como o TOP5. Desde a entrada da Turquia que os países que mais pontos lhe deram são todos da Europa Ocidental: Holanda, Suíça, Bélgica e os recordistas na atribuição de pontos à Turquia, França e Alemanha (desde 2004 o único ano em que a França não deu os 12 pontos na final, para além do ano passado em que a Turquia não esteve presente, foi apenas em 2008, e a própria Alemanha já várias vezes que também lhe deu os 12 pontos ou então os 8 ou 10 pontos).
Todo esta onda de sucesso acabou abruptamente o ano passado quando a Turquia pela primeira vez desde que existem semifinais dentro do concurso não conseguiu passar à final, depois de no ano anterior ter obtido o 2º lugar.
Como seria de esperar, foram os júris internacionais que não atribuíram à prestação turca pontos suficientes para a colocar nos primeiros 10 lugares, porque da parte do televoto, a diáspora conseguiu mais uma vez colocar a Turquia entre os 10 mais pontuados. Isto poderá ter sido muito benéfico para a Turquia, não só para ter noção de que o voto da diáspora e a aposta em ritmos tradicionais que também agradam a ao público que não seja emigrante da Turquia não são suficientes para obter bons resultados, como também para o facto de a Turquia ter que começar a diversificar a sua aposta musical e a investir noutros aspectos. Nos últimos anos as apostas da Turquia têm sido muito monótonas a nível de diversidade de estilos: ou as musicas que combinam a música tradicional com um toque de modernidade, ou a típica banda de rock. Mas sempre na mesma tonalidade, sem grandes variações.


Talvez por isso, este ano a aposta tenha sido diferente. Voltou a aposta na música tradicional, com uma forte presença dos ritmos orientais, e com um toque de modernidade. Mas este ano, a música é deveras muito mais original. O intérprete, Can Bonomo, um cantor turco de 24anos, vai cantar o tema "Love me Back".
Tanto o representante como a música foram seleccionadas internamente pela emissora turca que transmite a Eurovisão no país.
Esta é uma aposta que muito provavelmente vai trazer de volta a Turquia à final e a uma boa classificação. Como a selecção foi interna, não há outros concorrentes que eu possa comparar. E a apresentação da música não corresponderá em nada à actuação na final, nem que fosse pelo facto de em palco estarem mais do que os 6 elementos que as regras definem como o limite.
No entanto, estou certo que a Turquia nos vai trazer um grande espectáculo como tem sido costume nos últimos anos, antes da má performance do ano passado.


A Turquia irá competir na mesma semifinal que Portugal, e é um forte candidato a receber os 12 pontos da França. Para além da França, deverá ser altamente pontuada pela Bósnia-Herzegovina, pela Holanda, pela Alemanha, Macedónia e Reino Unido.


HOLANDA E JOAN FRANKA 
Passemos agora para um caso oposto ao da Turquia: desde que existem semifinais, a Holanda só esteve presente na final na primeira vez em 2004. A partir daí, o lugar mais perto foi o 13º lugar em 2008, acabando o ano passado por ter atingido mesmo o último lugar que já não atingia desde 1968!!!!) na semifinal. A última vez que esteve no TOP 10 (8º lugar) foi no distante ano de 1999.
Este ano este país da Europa Ocidental também nos traz uma música bem diferente do comum. Chama-se "You and Me" e é interpretada por Joan Franka, uma cantora de 21 anos com nacionalidade Turca e Holandesa, e que se apresentou num estilo de índia.
A música tem consigo a vantagem da originalidade, tanto a nível musical como de imagem. No entanto, as qualidades vocais durante o festival de selecção deixam muito a desejar. E parece que o júri foi da mesma opinião.
A selecção da representante holandesa, foi constituída por duas partes.
Na primeira, existiram 3 duelos em que duas músicas competiam entre si para passarem à fase final. Depois, de entre as tres vencedoras dos duelos, iria sair a vencedora. Durante os duelos obteve tanto o 1º lugar no juri como no televoto, face à sua rival (a cantora Raffaëla Paton com o tema "Chocolatte"), mas na competição final obteve (de longe) a pontuação mais baixa por parte do júri. A significativa vitória por parte do televoto é que permitiu a esta cantora obter o primeiro lugar.


Apesar do júri ter votado mais no 3ª classificado (que já nos duelos recebeu menos votos do júri), o cantor Ivan Peroti que interpretou "Take as I am", eu preferia o 2º classificado, a cantora Pearl Jozefzoon com a música "We can overcome" Pearl Jozefzoon com o tema "We can overcome". Certamente que é um estilo de música muito  comum e que não costuma ter muito sucesso na Eurovisão. No entanto, certamente que iria agradar muito mais aos júris interancionais. 

Penso que o que falta à música vencedora é a existência de pontos altos na música: é demasiado monótona, e sempre na mesma entoação. Quanto à letra e, mais uma vez o digo, à originalidade, isso foi bem conseguido.

Dos países que mais pontos deram à Holanda desde a introdução das semifinais, votarão na mesma semifinal em que ela participa, Malta, Noruega e Turquia.



Boa sorte para ambos os países!!!




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